Funcionários da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), devem paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (15).
Os trabalhadores ainda não receberam os salários de dezembro e não têm previsão quanto ao pagamento da segunda parcela do 13.º. A adesão à greve foi decidida em assembleias da categoria realizadas em Curitiba e Paranaguá nesta segunda-feira (14).
Outro lado
Em resposta à solicitação de mais informações feita pela reportagem, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) informou, por meio de nota, que “o governo está estudando a situação e irá resolvê-la o mais breve possível.”
A paralisação deve interromper todos os recebimentos e expedições das unidades armazenadoras da Codapar, que é responsável pelo recebimento, classificação, fiscalização e escoamento de safras de grãos para o mercado.
Com isso, o fornecimento da merenda escolar no início de 2016 pode ser prejudicado. Isso porque o último lote da merenda da rede estadual de ensino deveria ser recebido ainda nesta semana – se os funcionários pararem, as escolas não receberão os alimentos para o início do ano letivo.
Outra consequência da paralisação deve recair sobre os procedimentos de controle e fiscalização dos grãos destinados à exportação no Porto de Paranaguá, já que os funcionários trabalharão em “operação padrão”, causando atraso na liberação dos caminhões e, consequentemente, no escoamento dos grãos no Porto.
Sem negociação
De acordo com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR) e do Sindaspp, entidades que representam os trabalhadores, foram feitas várias tentativas de negociação com o governo do Paraná, mas todas sem sucesso.
“Buscamos com a greve pressionar para que o governo e a Codapar realizem os pagamentos imediatos dos salários e benefícios, além dos depósitos de mais de dez meses de FGTS não recolhidos pela empresa”, disse o presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt.
Já o coordenador geral do Sindasp, Ivo Petry, afirmou que a Codapar tem recursos a receber do governo, verba que seria suficiente para quitar os pagamentos atrasados. “O que queremos é que o governo faça esses repasses o mais rápido possível”, disse.
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