A intenção de ampliar a atuação da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), criada há cerca de um ano, para os municípios da região metropolitana de Curitiba ficou na promessa. Alguns delegados chegaram a ser nomeados para essa função, mas a falta de estrutura fez com que a DHPP ficasse apenas em Curitiba.
A divisão foi criada por decreto em abril de 2014, com a intenção de aprimorar as investigações de mortes violentas em Curitiba. Ela substituiu a antiga Delegacia de Homicídios. Desde a sua implantação, a intenção do governo do estado era ampliar a cobertura para a Região Metropolitana. Em pouco mais de um ano o que se viu foi que apenas crimes de maior complexidade ocorridos em outras cidades foram atendidos pela divisão.
Com cerca de 130 policiais civis, a DHPP conta desde sua criação com quatro delegacias de homicídios, além da Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade, Delegacia de Proteção à Pessoa e a Delegacia de Crimes contra a Saúde (Decrisa). Em junho de 2014, cinco delegados e 80 investigadores chegaram a ser nomeados para a DHPP e atenderiam sete cidades da RMC. Porém, segundo a Polícia Civil, eles foram direcionados a atender cidades que estavam sem delegados.
O delegado-titular da DHPP, Miguel Stadler, explica que cobrir a região metropolitana prejudicaria o trabalho em Curitiba. “Vamos estar agasalhando a RMC e desagasalhando a capital”, diz o delegado. Ele explica que, durante este ano de implantação, a divisão ampliou os trabalhos no setor de inteligência. “Nesse setor estamos fazendo mapeamento das áreas críticas, averiguando os horários em que esses crimes ocorrem e fazendo rondas nesses horários. A ideia hoje seria levar isso para a RMC”, diz.
Homicídios
O primeiro ano de atuação da DHPP, 2014, foi marcado pelo aumento de 7,3% no número de mortes violentas em Curitiba. Para o delegado, que assumiu a DHPP em dezembro daquele ano e antes estava na Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), são vários os fatores que podem explicar esse aumento, como o maior número de pessoas circulando na capital, devido à Copa do Mundo, e o tráfico de drogas. “O tráfico tem uma clientela maior, isso gerou apreensões maiores, apreensões recordes, o número de desavenças é maior. Tem de se levar em conta que 50% dos crimes estão relacionados às drogas”, explica Stadler.
O início de 2015, contudo, foi melhor. Conforme a Gazeta do Povo, os primeiros seis meses de 2015 registraram uma queda de 28,2% no número de assassinatos em Curitiba em comparação ao mesmo período do ano passado. Foi a primeira vez em cinco anos que a quantidade de homicídios cai no comparativo mês a mês, em relação ao ano anterior, por tantos meses seguidos.
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