Pelo menos 120 pessoas participaram de uma audiência pública durante a tarde desta quarta-feira em Paranaguá, no Litoral do Paraná, que discutiu sobre as agressões cometidas contra moradores de rua da cidade. Estiveram presentes no evento o secretário da Justiça e da Cidadania, Jair Ramos Braga, o promotor de Paranaguá, José Luiz Loretto de Oliveira, sociólogos e autoridades, além do o autor das denúncias, o padre Aderli de Carli.
O encontro aconteceu no Fórum da cidade e teve a finalidade de conscientizar a população dos direitos e garantias individuais e do exercício da cidadania, especialmente dos grupos marginalizados. O sociólogo Pedro Bode, da Universidade Federal do Paraná, que também esteve na audiência, falou sobre as agressões. "A história demonstrou que pobres, crianças e velhos são os mais vulneráveis numa sociedade. A exclusão social contribui para o aumento da violência e contamina a sociedade".
Na opinião do autor da denúncia, as agressões não foram motivadas por problemas políticos. "Espero que a população de Paranaguá tenha se informado sobre as questões de justiça social. Essa causa não é política, mas sim humanitária", explicou o padre Aderli de Carli. O promotor de Justiça de Paranaguá disse que os envolvidos nos maus-tratos serão ouvidos em breve.
A denúncia
O padre Adelir de Carli denunciou os maus-tratos contra mendigos em Paranaguá e apresentou documentos e fotos sobre a suposta tortura. De acordo a Polícia Civil da cidade, os moradores de rua eram levados de Paranaguá para Curitiba contra a vontade.
Prisão dos acusados
Quatro guardas municipais e o secretário de segurança do município de Paranaguá (Litoral), Álvaro Domingues Neto, foram presos no fim da tarde do dia 9 de outubro acusados de torturar e expulsar da cidade pelo menos dez moradores de rua. Três outros guardas, suspeitos de cometer o mesmo crime, estão foragidos. Os guardas detidos foram transferidos para o Centro de Observação e Triagem de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.
Libertação dos acusados
Os quatro guardas municipais de Paranaguá, no Litoral do Paraná, e o secretário da Segurança, o sargento da reserva da Polícia Militar Álvaro Domingues Neto, acusados de torturar e expulsar da cidade pelo menos dez moradores de rua, foram soltos na manhã do dia 19 de outubro. A Justiça concedeu habeas-corpus por não haver provas suficientes de tortura.
Gazeta do Povo denunciou expulsão
No dia 23 de abril deste ano, a Gazeta do Povo denunciou a "limpeza social" que os guardas municipais faziam, levando os moradores de rua de Paranaguá para Curitiba e região metropolitana. Na matéria, assinada pelo repórter Mauri König, os moradores de rua relatam que os guardas chegam e os chamam para o albergue, mas o destino não é o prometido. Leia na íntegra a reportagem (exclusivo para assinantes).
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