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lagoa real

Bahia proíbe consumo de água de área contaminada por urânio

O governo da Bahia confirmou que o Estado tomou medidas para bloquear preventivamente o consumo de água na região de Lagoa Real, município da Bahia onde foi comprovada a contaminação de água em um poço com urânio. O índice de presença da substância foi até quatro vezes superior ao limite permitido para consumo humano.

Segundo Eugenio Spengler, secretário de Meio Ambiente do governo da Bahia, o bloqueio será realizado em parceria com o governo federal, com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Ficamos sabendo dessa situação agora, pela reportagem. Não fomos comunicados oficialmente pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil). Estamos organizando uma equipe de fiscalização e laboratório para captar amostras de água para que a gente possa ter nossos próprios dados”, disse Spengler ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

“Faremos esse trabalho junto com o Ibama. Vamos mandar uma equipe nesta semana com o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos). A Secretaria da Saúde também será mobilizada, por conta do risco à saúde pública”, afirmou o secretário.

Para garantir que não falte água à população, disse Spengler, deverão ser reforçados os envios de caminhão-pipa à região.

Perplexidade

O secretário de Meio Ambiente do governo da Bahia disse que a denúncia de contaminação publicada no sábado pelo jornal surpreendeu o governo. “É uma situação de perplexidade. Como é que isso não foi percebido antes? Os dados nos surpreenderam, por conta dos índices elevados de contaminação que foram apresentados, que estão muito acima do limite tolerável. Agora que temos essa informação, pelo menos podemos tomar as medidas preventivas de maior segurança. Faremos esse bloqueio preventivo até ter certeza da qualidade da água”, comentou.

O secretário disse que até esta terça-feira, 25, terá uma reunião com a diretoria da INB para tratar do assunto. Spengler criticou a postura da estatal federal em relação ao acesso a informações e operações da empresa. “Infelizmente, essa é a política adotada pela INB. Quando se fala de urânio, há um sigilo quase absoluto. Há uma lógica deles, que alegam que é questão de segurança nacional. O governo do Estado já reclamou desse tipo de comportamento.”

Em 2009, após denúncias feitas pela organização ambiental Greenpeace, o governo da Bahia chegou a analisar uma série de poços na região e, por conta disso, chegou a suspender preventivamente o consumo em alguns deles. “Depois se confirmou por análises que não havia problemas na região, então liberamos os poços”, afirmou.

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