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Foz do Iguaçu - O nível do Rio Paraná subiu 15 metros na fronteira do Brasil com o Paraguai e deixou 77 famílias desabrigadas no bairro San Rafael, em Ciudad del Este, vizinha a Foz do Iguaçu. A água cobriu casas, quadras esportivas e um campo de futebol. O único meio de transporte são os barcos dos pescadores da região.

As famílias desabrigadas, que em alguns casos perderam tudo, foram obrigadas a pedir abrigo aos vizinhos. Barracas também foram improvisadas nos pontos mais altos da barranca. "Nós perdemos tudo, televisão, fogão, mesa, cadeiras. Não sobrou nada", diz Lucia Gonzáles Dias, moradora que saiu de casa durante a noite.

O pescador Fernando Már­­quez, que há dois dias está alojado na sala de estar de um vizinho, diz que a situação está caótica. "Nós conseguimos salvar alguns móveis e os colchões, mas perdemos todo o resto". Para piorar a situação, crianças nadam no rio repleto de lixo e animais, como porcos e cachorros, também circulam livremente pela área alagada.

Para amenizar a condição dos desabrigados, a Secretaria de Assistência Social do departamento (equivalente a um estado no Brasil) de Alto Paraná enviou sestas básicas e disponibilizou um abrigo para as famílias. O local também serve para receber donativos.

Com a cheia – consequência das chuvas que atingem a Região Sudeste do Brasil – o Rio Paraná represou o Rio Acaraymí, onde o bairro San Rafael está localizado. A situação, de acordo com o Boletim de Alerta Hidrológico de Itaipu, não deve se alterar pelos próximos dois dias. Na manhã de ontem, a vazão na confluência entre os rios chegou a 26,5 mil metros cúbicos por segundo (m3/s). O normal é 15 m3/s. Por enquanto, no lado brasileiro da fronteira, não existem riscos de alagamentos.

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