Para as entidades ligadas ao transporte de cargas no Paraná, o valor de R$ 9,5 milhões aplicado até agora pelo governo federal nas rodovias do estado é praticamente nulo, levando-se em conta que 75% do transporte de cargas do estado é feito por rodovias. Segundo o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini, com os custos altos da manutenção das rodovias – só a restauração custa R$ 650 mil, por quilômetro) – o valor apontado no levantamento do Ministério dos Transportes chega a ser irrisório. "Não é nem uma gota no oceano, mas sim um grão de areia", compara.

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Custos

Trombini ressalta que o reflexo das más condições das estradas é o acréscimo médio de 20% no valor final do produto transportado. "O problema maior é o tempo. Quanto mais o caminhão fica na estrada, mais o valor sobe. E com a quantidade de buraco nas estradas não tem como se desenvolver uma boa velocidade", explica. Além do tempo, há também o gasto com manutenção dos veículos. Só um pneu de caminhão, que podem rasgar nos buracos, por exemplo, custa entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil.

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Distorção

O coordenador de logística da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Mário Stamm, concorda que o valor investido é baixo. Na visão de Stamm, está havendo uma distorção no Paraná. Enquanto o governo estadual está investindo na recuperação das estradas, o governo federal pouco faz – estimativa da Fiep aponta que é necessário um montante total de R$ 834,5 milhões para recuperar todas as estradas do estado. "A federação está agindo para tentar esse repasse o mais rápido possível, mas qualquer valor demora muito para chegar", argumenta. (MXV)