O bancário Márcio Madureira Garcia, de 35 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (18) durante uma sessão de musculação, em uma academia localizada no bairro Ahú, em Curitiba. Após sofrer um mal súbito, ele teria começado a ter convulsões e morreu a caminho do hospital. Frequentadores da academia denunciam negligência do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que teria demorado mais de 20 minutos para chegar ao local. Garcia morava no bairro Pilarzinho e deixa esposa, que está grávida.

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Segundo um aluno da academia, por volta das 7h30, Garcia fazia um exercício para fortalecer a musculatura das costas, carregando uma grande carga de peso, quando começou a passar mal. Imediatamente, os instrutores teriam atendido o bancário e feito os primeiros socorros. Paralelamente, o Samu foi acionado.

Garcia teria desmaiado e perdido sinais vitais, mas os professores conseguiram reanimá-lo com procedimentos de massagem cardíaca. Dez minutos após o contato inicial, o Samu teria retornado a ligação, questionando se o atendimento de emergência seria mesmo necessário.

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"Pelo telefone, uma médica me orientou a virar a vítima de lado. Mas eu perguntei: ‘ele está tendo uma convulsão, ele está morrendo na minha frente, como vou fazer isso’. A médica ficou sem saber o que falar", disse o frequentador da academia que manteve contato com o serviço de emergência.

A primeira ambulância do Samu teria chegado, de acordo com os alunos, somente depois de 20 minutos do primeiro contato. Ainda assim, não havia médicos na unidade, apenas dois técnicos. Neste intervalo, Garcia teria desmaiado novamente e sido reanimado pela segunda vez pelos professores. "A ambulância com o médico só chegou 10 minutos depois da primeira. Mas aí, ele já tinha ‘apagado’ de novo", contou o aluno.

Os médicos tentaram reanimar Garcia e o levaram ao Hospital de Clínicas. O bancário, no entanto, não resistiu e morreu. Segundo um laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML), as causas da morte foram naturais, mas foram solicitados exames complementares para determinar o que contribuiu para que o óbito ocorresse.

"Eu nunca tinha visto alguém morrendo, tentando voltar, lutando contra a morte. O que dói é que é uma morte que poderia ter sido evitada se não tivesse havido negligência no socorro de emergência", disse um dos frequentadores da academia.

A Gazeta do Povo tentou ouvir responsáveis pela academia, mas o estabelecimento estava fechado na tarde desta quarta-feira. A reportagem também não conseguiu ouvir o Samu.

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Investigações

A mulher do bancário, Lucimar Sentone Garcia, foi ouvida preliminarmente na tarde desta quarta-feira pela Delegacia de Homicídios (DH) e relatou que o marido não tinha problemas de saúde. Segundo o delegado Rubens Recalcatti, chefe da DH, a polícia aguarda os laudos periciais sobre a morte. "Vamos ouvir familiares, frequentadores e responsáveis pela academia, e do Samu. Se surgir alguma evidência que aponte para a prática de crime ou de negligência, instauraremos inquérito policial para investigar de forma detalhada", disse o delegado.

Segundo alunos da academia ouvidos pela Gazeta do Povo, Garcia carregava uma garrafa com um líquido azul, conhecido como Nano Vapor. A substância seria um vasodilatador, usado em treinos de hipertrofia (de ganho de massa muscular).