Uma quadrilha formada por oito homens com fuzis e pistolas automáticas tentou assaltar, às 8h40 desta terça-feira (12), uma agência do Santander, no bairro da Penha, zona leste de São Paulo. Houve tiroteio na Avenida Amador Bueno da Veiga. Segundo a polícia, foram 80 disparos. Quatro pessoas, entre elas um cliente, ficaram feridas. Um assaltante morreu; os outros sete fugiram em três carros, após explodirem duas granadas na rua. Nada foi levado.
Quatro imóveis comerciais e um prédio em obras foram atingidos por balas. Houve pânico e correria. Conforme a polícia, cinco ladrões ficaram fora do banco, acobertando os comparsas. A gerente do Santander, de 40 anos, abriu a porta após um dos criminosos mostrar a foto da casa dela e fazer ameaças de entrar na residência.
O delegado Richard Serrano, do 10º DP (Penha), explicou que a intenção dos assaltantes era esperar a chegada de todos os gerentes para a abertura do cofre. Porém, durante a abordagem, a gerente apertou um botão de pânico. Esse dispositivo alerta a chefia de segurança do banco, que automaticamente aciona a PM. "O cofre só é aberto com a chave de todos os gerentes, mas antes disso a PM chegou", afirma.
Ainda segundo Serrano, um dos assaltantes abriu fogo contra os policiais na escadaria da agência. O assaltante, que segurava um fuzil, foi atingido e morreu no próprio local. Quando os disparos começaram, dois clientes usavam caixas eletrônicos. Um deles, o motorista Rafael Gatti, de 39 anos, foi atingido por estilhaços de vidro. Atendido no Hospital de Vila Matilde, teve alta hoje à tarde.
O cabo Eliseu Lira levou um tiro de fuzil no braço esquerdo, mas não corre risco de morte. Outros dois PM sofreram ferimentos por causa de quedas. O soldado Nelson Melo foi um dos que se jogaram por causa das granadas. "Atrás de mim tinham outros ladrões fazendo a guarnição do restante da quadrilha. De repente, eu vi um deles jogando um objeto em minha direção, e era uma granada", conta ele, que machucou joelhos e cotovelo. Vanessa Cristina Lima, de 29 anos, dona de auto-escola que teve o vidro estilhaçado, viveu momentos de pânico. "Me deitei no chão ao ouvir um estrondo, parecia uma bomba. Minha vontade era a de me trancar no banheiro." No momento em que a porta de vidro foi estourada por um tiro, dois alunos estavam no balcão e escaparam por sorte.
Outra comerciante chegava para trabalhar quando ficou no meio do fogo cruzado. "Meu carro ia para frente, para trás, não sabia aonde ir." O motorista Jeferson Araújo, de 35 anos, estava no caixa eletrônico e viu a gerente ser pega pelos ladrões. "Ela estava pálida. Aí vi que tinha algo errado. Consegui me jogar no chão e me arrastar sem me machucar", disse. "Eu me vi dentro de um filme de guerra." Até as 20h30, o assaltante morto não tinha sido identificado. O Santander não quis comentar.
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