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Bares de Curitiba poderão ter limite de horário para fechar; veja qual é a proposta

Rua Vicente Machado foi uma das primeiras a ser fiscalizadas pela operação “Balada Protegida” | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Rua Vicente Machado foi uma das primeiras a ser fiscalizadas pela operação “Balada Protegida” (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

Donos de bares e a prefeitura de Curitiba parecem ter chegado a um acordo quanto ao horário de funcionamento deste tipo de estabelecimento na capital. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), um convênio deve ser firmado nos próximos dias estabelecendo as 2 horas da madrugada como o horário limite para o fechamento destes locais.

O assunto foi discutido durante uma reunião na manhã desta quarta-feira (18) com empresários e secretários municipais, dentro da pauta sobre as fiscalizações noturnas na cidade. A medida não se estenderia a casas noturnas.

“Não sou contra a vida noturna, eu gosto. Mas temos que fiscalizar para evitar que aconteçam tragédias como a da boate Kiss”, escreveu Greca em seu Facebook nesta quarta, em referência à tragédia em uma boate no Rio Grande do Sul em que mais de 240 pessoas morreram durante um incêndio há quatro anos.

Em seu site, a prefeitura diz que a possibilidade de limitar o horário de funcionamento dos bares até as 2 horas é apenas uma das ideias que foram discutidas para concretizar o programa Balada Protegida, que começou gerando polêmica na capital.

É que os primeiros alvos da fiscalização - que devem se tornar constantes, de acordo com a administração municipal - foram os bares e casas noturnas da Rua Vicente Machado, via onde reside Rafael Greca (PMN), prefeito de Curitiba. No mesmo dia o prefeito contestou o fato de que seu endereço residencial tenha motivado o local da operação.

“Não aconteceu pq é perto de minha casa. Eu durmo muito bem. Balada não me incomoda. Tiros e vítimas fatais nas esquinas sim.” [sic], declarou, nas redes sociais, Rafael Greca.

Nesta terça-feira (17), o alvo da ação foi a região da Rua Trajano Reis, no São Francisco, e o bairro Juvevê. A prefeitura promete ao menos mais uma fiscalização durante esta semana.

Promessa conta com apoio de proprietários

Antes mesmo da posse, o prefeito já havia acenado a possibilidade de fechar os bares de Curitiba mais cedo, por motivos de segurança.

“Se a balada começa às seis da tarde, pode terminar à meia-noite. É assim em Londres, em Paris, em Berlim. (...). Até porque não rende para o bar ficar aberto na hora da fuzarca, da transgressão”, declarou o prefeito em entrevista à coluna do jornalista Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, no dia 31 de dezembro.

A postura da prefeitura de por em prática o “Balada Protegida” é apoiada por donos de bares.

“A ideia de fechas às 2 horas é para ajudar a combater o ‘terceiro turno’, que é nosso maior problema”, argumentou o diretor da Abrasel, Luciano Bartolomeu, referindo-se ao comércio ilegal de bebidas e alimentos praticado por vendedores ambulantes em pontos da Vicente Machado e Trajano Reis.

Bartolomeu acredita que, ao fechar as portas dos bares para entrada de clientes após esse horário, a atuação dos ambulantes e o fluxo de pessoas nas ruas, na madrugada, diminuirá. “O melhor caminho é nos juntarmos. Foi uma reunião positiva”, acrescentou.

Por isso, prefeitura e comerciantes também estudam o lançamento para breve da campanha “Nós Somos Legais”, que terá como objetivo reforçar e combater práticas das vendas ilegais no entorno de bares e restaurantes.

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