A bicicleta, o carro e até um par de tênis foram suficientes para completar o 9.º Desafio Intermodal de Curitiba em tempo menor do que os participantes que optaram pelo ônibus. A competição, que tinha o objetivo de discutir a mobilidade urbana na cidade, foi realizada na última sexta-feira, no horário de pico, entre o Jardim das Américas e o centro. Um ciclista foi o que levou o menor tempo para completar o percurso de 8 quilômetros: 19 minutos.
O desafio foi organizado pelo programa Ciclovida da Universidade Federal do Paraná em parceria com a prefeitura de Curitiba e os Institutos Lactec. A partida ocorreu no Centro Politécnico da UFPR. Dali, os participantes poderiam fazer qualquer itinerário até um ponto intermediário, na UTFPR, na Avenida Silva Jardim, e a chegada foi na Praça Santos Andrade.
O estudante Kelvin de Oliveira, 23, optou pelo ônibus. Fez duas integrações e levou 1h4min49s para chegar ao destino. “O Inter II foi cheio e ficou uma eternidade preso no trânsito. E achei caro os R$ 6,60 que gastei porque é uma distância curta”, avaliou o jovem, que faz o percurso diariamente e duas vezes por semana opta por fazer a pé. A Gazeta do Povo fez o desafio de carro, andando a 40 Km/h na área do centro calmo. Gastou 50 minutos, tempo semelhante a alguns dos participantes que fizeram o percurso correndo.
Além de Oliveira, outras 13 pessoas optaram pelo ônibus. Todas elas deficientes físicas. A reportagem permaneceu no ponto de chegada até 19h30. Nenhuma delas conseguiu completar o percurso antes desse horário.
Já o ciclista Evandro Portela, campeão do desafio, comentou o que viu no percurso. “Enfrentei muitas dificuldades no percurso. A falta de respeito foi a principal. Onde não tem ciclovia, a disputa por espaço é demais e é difícil para o ciclista andar na via”.
Favorita, Carolina Haranomi, 32, gastou 31min com sua motocicleta. “Peguei o corredor apenas com o trânsito parado, que é o que manda a legislação de trânsito. Mas chego a fazer em menos tempo fora do horário de pico”, disse a agente de trânsito, que é a favor da redução dos limites de velocidade na região central. “Vai haver resistência, inclusive dos motociclistas. Mas deve reduzir os acidentes e abrir mais espaço para os pedestres”.
Teve quem optasse pela bicicleta elétrica para participar do desafio. Mas o modal, apontado por muitos desafiantes como uma das favoritas para vencer o desafio, enfrentou dificuldades no caminho. Yuri Reck, 24, teve um pneu furado a menos de 2 Km da chegada. “A pressa é inimiga da perfeição. Quis subir numa calçada para ganhar tempo e aconteceu isso”, lamentou.
O reitor da UFPR, Zaki Akel, também participou do Desafio Intermodal. Ele chegou ao ponto de partida em um carro com motorista. Dali optou por uma bicicleta para participar da prova. O Desafio Intermodal contou com 46 participantes, a maioria ciclistas.