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Evandro Portela venceu o desafio, fez o trajeto de bike , em 19 min. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Evandro Portela venceu o desafio, fez o trajeto de bike , em 19 min.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A bicicleta, o carro e até um par de tênis foram suficientes para completar o 9.º Desafio Intermodal de Curitiba em tempo menor do que os participantes que optaram pelo ônibus. A competição, que tinha o objetivo de discutir a mobilidade urbana na cidade, foi realizada na última sexta-feira, no horário de pico, entre o Jardim das Américas e o centro. Um ciclista foi o que levou o menor tempo para completar o percurso de 8 quilômetros: 19 minutos.

Reportagem da Gazeta do Povo participou do Desafio de carro e levou 50 minutos para finalizar percurso.Hugo Harada/Gazeta do Povo

O desafio foi organizado pelo programa Ciclovida da Universidade Federal do Paraná em parceria com a prefeitura de Curitiba e os Institutos Lactec. A partida ocorreu no Centro Politécnico da UFPR. Dali, os participantes poderiam fazer qualquer itinerário até um ponto intermediário, na UTFPR, na Avenida Silva Jardim, e a chegada foi na Praça Santos Andrade.

Opinião: Segurança compensa

Fiz o desafio Intermodal dirigindo um carro do jornal. Completei o percurso em 50min. Mas o tempo nesse caso é o que menos importa, até porque me perdi. Decidi utilizar o GPS pensando que seria o melhor alternativa. O aparelho me traiu. A situação piorou quando optei por voltar ao ponto inicial para fazer o trajeto que eu achava mais conveniente. Nisso perdi 15min. A parte mais importante do meu desafio foi na Rua Tibaji, onde a missão foi não ultrapassar 40 Km/h. Esse foi a única via do percurso que estava dentro da área calma do centro criada pela prefeitura. Por volta das 18h45, o trânsito já permitia acelerar mais do que isso. Mas me mantive fiel ao propósito. Percebi o quanto é difícil controlar o pé direito. Mas os carros que iam na mesma direção, mesmo andando mais a frente, também não conseguiam deslanchar por causa dos inúmeros cruzamentos com semáforos. A conclusão é que a mudança proposta pela prefeitura, isoladamente, não deverá trazer o temido aumento dos congestionamentos. É muito provável que o trânsito já saturado da região continue do mesmo jeito: engarrafado. A nova velocidade não vale para a Rua Engenheiro Rebouças, por exemplo. Mas ali não consegui passar de 20 Km/h entre a Avenida das Torres e a Rua João Negrão. A prefeitura divulgou ontem que 24 pessoas morreram vítimas do trânsito, entre 2012 e 2014, na área que será acalmada a partir de novembro. Se a medida evitar que novas vidas sejam perdidas, terá valido muito a pena segurar o pé direito.

Raphael Marchiori, repórter

O estudante Kelvin de Oliveira, 23, optou pelo ônibus. Fez duas integrações e levou 1h4min49s para chegar ao destino. “O Inter II foi cheio e ficou uma eternidade preso no trânsito. E achei caro os R$ 6,60 que gastei porque é uma distância curta”, avaliou o jovem, que faz o percurso diariamente e duas vezes por semana opta por fazer a pé. A Gazeta do Povo fez o desafio de carro, andando a 40 Km/h na área do centro calmo. Gastou 50 minutos, tempo semelhante a alguns dos participantes que fizeram o percurso correndo.

Além de Oliveira, outras 13 pessoas optaram pelo ônibus. Todas elas deficientes físicas. A reportagem permaneceu no ponto de chegada até 19h30. Nenhuma delas conseguiu completar o percurso antes desse horário.

Já o ciclista Evandro Portela, campeão do desafio, comentou o que viu no percurso. “Enfrentei muitas dificuldades no percurso. A falta de respeito foi a principal. Onde não tem ciclovia, a disputa por espaço é demais e é difícil para o ciclista andar na via”.

Favorita, Carolina Haranomi, 32, gastou 31min com sua motocicleta. “Peguei o corredor apenas com o trânsito parado, que é o que manda a legislação de trânsito. Mas chego a fazer em menos tempo fora do horário de pico”, disse a agente de trânsito, que é a favor da redução dos limites de velocidade na região central. “Vai haver resistência, inclusive dos motociclistas. Mas deve reduzir os acidentes e abrir mais espaço para os pedestres”.

Teve quem optasse pela bicicleta elétrica para participar do desafio. Mas o modal, apontado por muitos desafiantes como uma das favoritas para vencer o desafio, enfrentou dificuldades no caminho. Yuri Reck, 24, teve um pneu furado a menos de 2 Km da chegada. “A pressa é inimiga da perfeição. Quis subir numa calçada para ganhar tempo e aconteceu isso”, lamentou.

O reitor da UFPR, Zaki Akel, também participou do Desafio Intermodal. Ele chegou ao ponto de partida em um carro com motorista. Dali optou por uma bicicleta para participar da prova. O Desafio Intermodal contou com 46 participantes, a maioria ciclistas.

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