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MOBILIDADE URBANA

Curitiba e região perdem 3,3% do PIB com deslocamento casa-trabalho-casa

Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) realizado em 37 áreas metropolitanas brasileiras mostrou que o país perde 4,4% do seu Produto Interno Bruto no tempo de deslocamento casa-trabalho-casa. Na região de Curitiba, essa perda é de 3,3% do PIB. Em média, 588 mil trabalhadores gastam 2 horas e dois minutos diários nesses trajetos na RMC – oito minutos acima da média das 37 regiões analisadas.

O custo da produção sacrificada no trânsito no Brasil, de acordo com a Firjan, foi de R$ 11 bilhões em 2012 – 2,8% a mais do que no ano anterior. Na região metropolitana de Curitiba, essa perda ficou em R$ 3,5 bilhões naquele ano. Para chegar a essa conclusão, a federação cruzou dados de tempo de deslocamento tabulados pelo IBGE com a informação do PIB médio da população economicamente ativa.

Foram levados em consideração apenas os cidadãos que levam mais de 30 minutos no deslocamento casa-trabalho-casa. Segundo estudos internacionais considerados pela Firjan, a perda de produtividade começa com deslocamentos superiores a 30 minutos ou 10 quilômetros.

“Curitiba manteve uma perda do PIB de 3,3% na comparação entre 2011 e 2012. Mas o sistema de transporte já dava sinais claros de que precisava ser ampliado. O tamanho da área metropolitana tem um efeito forte sobre os deslocamentos”, analisou Riley Rodrigues, especialista em competitividade industrial e investimento do Sistema Firjan.

Fazenda Rio Grande foi a cidade com o maior tempo médio de deslocamento e, consequentemente, a maior perda porcentual do PIB. São 2 horas e 35 minutos, em média, perdidos no trânsito diariamente, o que representa mais de R$ 48 milhões do PIB desperdiçados (6,1% do total). Em Curitiba, o tempo médio perdido no trânsito por dia é de 1 hora e 55 minutos.

Para driblar esse efeito, segundo Rodrigues, as regiões metropolitanas precisam de investimentos em transporte de massa. Mas precisam, principalmente, melhorar suas ofertas de emprego, moradia e equipamentos públicos. “Fazer todos se deslocarem até 30 minutos seria o ideal. Mas isso é uma utopia em qualquer cidade do mundo. O que precisa ser feito é equilibrar a oferta, aumentando o poder aquisitivo daquela região”, afirmou.

Rodrigues cita como exemplo São Paulo, que tem um tempo médio de deslocamento menor do que o do Rio de Janeiro. Na capital paulista, gasta-se em média 2 horas e 12 minutos no trânsito por dia enquanto na carioca esse tempo médio é nove minutos maior. Ele também cita como exemplos as regiões metropolitanas de Fortaleza e Porto Alegre. Ambas apresentaram redução no tempo médio diário perdido no trânsito (-1,5% e -1,3%, respectivamente). “Essas duas regiões receberam recentemente sistemas de metrô, o que certamente diminui o tempo de deslocamento médio”, afirma o especialista da Firjan.

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