O avião King Air B 350 do empresário Roger Wright, que acidentou-se em Trancoso na noite de sexta-feira, matando todos os acupantes, pode ter partido de Congonhas com mais passageiros do que a capacidade recomendada pelo fabricante da aeronave. O modelo, em sua versão original, tem nove assentos para passageiros, além de piloto e copiloto, de acordo com a fabricante. A aeronave acidentada estaria transportando 11 adultos e quatro crianças.

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Para o comandante Carlos Camacho, diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, se isso ocorreu, a aeronave deixou Congonhas em situação "ilegal".

- Essa situação, por si só, não explica o acidente, porque essa aeronave tem sobra de potência Mas é ilegal e deve-se sempre respeitar as regras da aviação - disse Camacho, ressaltando que o aeroporto do condomínio a que o avião se dirigia não é fiscalizado.

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Em Congonhas, contudo, junto com o plano de voo e dados sobre sua licença junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o piloto deveria ter registrado também o número de passageiros que transportaria.

- Nâo existe regra que obrigue a ter uma lista das pessoas a bordo, mas junto com o plano de voo deve ter o número exato de passageiros - explicou. - E num aeroporto controlado como Congonhas isso tem que ser feito.

Segundo Camacho, não é raro proprietários de aeronaves particulares decidirem quantas pessoas vão viajar, à revelia da opinião dos pilotos.

- Acontece de o proprietário decidir levar gente a mais e o piloto tem que aceitar a ordem do patrão.

Ele reconhece que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não tem condições de acompanhar esse tipo de procedimento em todo lugar, mas nos aeroportos "controlados", sim.

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- Existe a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa - afirmou.

Cabe agora às autoridades, continuou, investigar exatamente o que ocorreu.