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Saúde pública

Blitz antifumo multa dois bares

Entenda como está sendo aplicada a lei antifumo |
Entenda como está sendo aplicada a lei antifumo (Foto: )
No Guffo Bar, um cordão de isolamento foi instalado para os fumantes poderem ir para o lado de fora sem precisar quitar a ficha |

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No Guffo Bar, um cordão de isolamento foi instalado para os fumantes poderem ir para o lado de fora sem precisar quitar a ficha

Nos terminais de ônibus, se algum passageiro for pego fumando, quem paga a multa é a Urbs |

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Nos terminais de ônibus, se algum passageiro for pego fumando, quem paga a multa é a Urbs

A blitz da madrugada de ontem distribuiu material informativo. No Waldo X-Picanha, o gerente afixou o aviso |

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A blitz da madrugada de ontem distribuiu material informativo. No Waldo X-Picanha, o gerente afixou o aviso

Apenas dois bares, entre os 58 estabelecimentos inspecionados pela Vigilância Sanitária municipal, foram autuados na primeira madrugada sob a vigência da lei antifumo de Curitiba. A casa no­­turna Wyn Loun­ge e o bar Ar­­mazém São José, ambos no Batel, têm 15 dias para apresentar defesa à Secretaria Municipal da Saúde. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, pessoas foram flagradas fumando dentro de um dos estabelecimentos. No outro, além de não haver adesivos e cartazes de alerta sobre a nova lei afixados nas paredes, foram encontrados cinzeiros sobre as mesas, além de pontas de cigarro jogadas no chão e forte cheiro de fumaça no ambiente.

A blitz

Três equipes de fiscalização, cada uma composta de seis profissionais, deixaram a sede da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) depois das 23 horas de quinta-feira. A partir da meia-noite, os agentes passaram a percorrer bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis e casas noturnas da região central de Curitiba.

O bar Aos Democratas foi o primeiro a ser visitado por uma das equipes, chefiada pelo médico veterinário Luiz Antônio Teixeira. Pouco antes da meia-noite, alguns clientes da área externa do bar estavam fumando. A equipe explicou à gerência que o fumo não seria tolerado naquele espaço a partir da meia-noite. Apesar de as janelas estarem lacradas e de a distância entre as mesas e a porta de entrada serem suficientes, o local estava coberto por um toldo baixo, que poderia confinar a fumaça. "Para liberar o fumo aqui, o toldo precisa ser removido", orientou Luiz Antônio.

O gerente do Aos Democratas, Cláudio Moura, não percebeu nenhuma resistência dos frequentadores ao cumprimento da nova norma. "Os clientes estão demonstrando consciência e estão cooperando conosco", garante.

À meia-noite, o engenheiro mecânico Vinícius Couto Pereira e a dentista Tatiana Natal tiveram de apagar seus cigarros. Eles defendem a existência de espaços destinados aos fumantes, eliminados pela nova lei. "Deveria haver um ambiente próprio para os fumantes, respeitando sua liberdade sem incomodar quem fuma", sugere Tatiana. Vinícius reconhece, po­­rém, que a lei é positiva. "Fumei apenas três cigarros aqui fora", conta. "Sem a lei eu teria fumado dez cigarros lá dentro do bar."

Atravessando a Rua Desem­bargador Motta, os fiscais chegaram ao hotel Tulip Inn Batel, onde nenhuma irregularidade foi encontrada. "Já faz algum tempo que estamos afixando placas informando da proibição em todas as áreas comuns", conta o funcionário Ézio Pasquinelli. A equipe da Vigilância orientou os responsáveis a mudar a sinalização, acrescentando o número da lei e os números de telefone para denúncias – 156 ou 0800-644-0041. Por conta própria, o hotel foi além do previsto na lei e restringiu o fumo também nos apartamentos. Apenas três andares foram liberados para os fumantes.

Localizado em frente ao hotel, o Guffo Bar implantou uma espécie de cordão de isolamento para que os fumantes possam sair para fumar sem ter de quitar as fichas de consumo. Segundo o gerente do estabelecimento, Helkws Marcon­des, o movimento não caiu por causa da nova lei. A contragosto, os clientes respeitaram a norma. "Acho a lei válida, mas deveria haver fumódromo", defende a advogada Geórgia Meneghetti. "Excluir a gente do mundo não vai adiantar", opina a estudante Ana Amélia Almeida, amiga de Geórgia.

Também no Batel, a adesão à lei antifumo foi total na lanchonete Karina. Os adesivos com o aviso de proibição, o número da lei e os telefones para denúncia estavam afixados nas colunas e paredes. "Alguns clientes resistiram, mas conseguimos convencê-los na base do diálogo", conta o responsável pela lanchonete, Daniel Ferreira. A aprovação das restrições ao tabaco é maior entre os não-fumantes. "Gosto de chegar em casa não fedendo a cigarro", argumenta o relações públicas Guilherme Ceccatto.

Já o gerente do Waldo X-Pica­nha do Batel, Valdecir dos Santos, vê dificuldades no cumprimento da lei. "Desde que proibimos, muita gente insistia em fumar na parte interna", conta. "Isso diminuiu 90%, mas agora vai ser mais difícil." A área externa contígua da lanchonete é coberta, por isso também foi atingida pela proibição.

A Vigilância vai continuar a realizar blitzes em toda a cidade, variando horários e locais para que a ação possa surpreender as irregularidades.

Serviço:

Telefones para denúncias: 156 ou 0800-644-0041.

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