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O Corpo de Bombeiros conseguiu, no final da manhã desta sexta-feira (24), debelar as chamas que atingiam desde 10h40 de quinta-feira (23) a distribuidora de combustíveis Petrogold em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Após eliminar todos os focos de incêndio, os bombeiros irão agora jogar areia no local para evitar o surgimento de novas chamas.A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da corporação.
Uma pessoa morreu e sete ficaram feridas em decorrência do incêndio. A distribuidora pegou fogo, causando explosões e incendiando casas próximas. Ao todo, seis tanques com material combustível foram atingidos. Uma escola que fica próxima ao local teve que ser esvaziada.
As equipes que trabalham na área avaliam que a chuva que atingiu a região, durante a madrugada, ajudou no controle das chamas mas não foi suficiente para apagá-las. Calcula-se que cerca de três milhões de litros de combustível eram armazenados no depósito.
Bombeiros de seis quartéis trabalham no local desde a madrugada. A Polícia Militar chegou a interditar um perímetro de quatro quarteirões no entorno da distribuidora de combustível.
Licença
Ontem, o secretário estadual de Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, afirmou que a distribuidora Petrogold não possuía licença estadual para funcionar.
Segundo o secretário, a empresa tem uma licença municipal, dada em 2009 e válida até 2013, mas que não é reconhecida pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente). Segundo Minc, os municípios só têm autonomia para conceder licenças para empresas de pequeno e médio porte. A Petrogold, no entendimento do secretário, é uma empresa de grande porte e precisaria do aval do Estado para operar.
Autuação
Em julho do ano passado, a Secretaria do Ambiente esteve em Duque de Caxias junto com a Polícia Federal autuou a empresa Petrogold acusada de adulterar combustível e poluir os rios locais com óleo lubrificante.
O secretário, contudo, não explicou o porquê de o Estado não ter interditado por completo a distribuidora. Ele limitou-se a dizer que a empresa ainda operava com o aval de uma liminar da Justiça, com base na suposta licença municipal.
"Em julho do ano passado eu próprio participei com a Polícia Federal de uma blitz nessa empresa e ela foi embargada porque estava jogando óleo na rede pluvial e fazendo adulteração de combustível. Nós embargamos na região 20 empresas legais ou clandestinas adulterando combustível e essa empresa era uma delas".
O secretário foi enfático ao dizer que a região de Duque de Caxias é dominada pela máfia do combustível. Segundo ele, a área é um "barril de pólvora" e combustível. O Estado, informou, está se articulando com a Polícia Federal para desmontar essa suposta máfia.
"A gente está em cima de um barril de pólvora com dinamite e óleo. Estamos numa região dominada por uma máfia de combustíveis e há vários inquéritos na Polícia Federal e Civil sobre isso. O que é certo é que essa máfia ainda não foi desfeita".
Outro Lado
O advogado da empresa Petrogold, Fábio Calil, esteve no local do acidente e disse que a empresa está em conformidade com todas as licenças requeridas pelas autoridades. De acordo com ele, a empresa tem alvará da prefeitura, licença dos bombeiros e autorização da ANP para funcionar.
"A empresa está com todas suas obrigações em dia. Estamos a disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento", disse ele.
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