A possibilidade de construção de uma rodovia ligando os principais pontos do Litoral do Paraná ficou mais plausível na última semana, quando o governo estadual publicou em diário oficial a convocatória para que empresas interessadas no projeto se candidatem para realizar a obra. O traçado da “BR-101 paranaense” começaria na divisa com Santa Catarina, formando um entroncamento com a BR-376, rasgaria toda a Serra do Mar, criando uma rota alternativa para a BR-116. O trecho conectaria os portos (inclusive o de Pontal, que ainda está sendo planejado) e há ainda a proposta para a construção de uma ponte entre Guaratuba e Caiobá (Matinhos), destinada apenas a veículos leves para a travessia hoje exclusivamente feita pelo ferry boat.
INFOGRÁFICO: Veja o projeto da BR-101 no Paraná
PPP empacada
Apesar de ter muitos projetos, o governo estadual ainda não conseguiu desencantar uma PPP (parceria público-privada). A primeira que foi licitada ainda não virou realidade: a duplicação da PR-323, entre Paiçandu e Francisco Alves, no Noroeste do Paraná. A licitação foi realizada há mais de um ano, mas alguns entraves burocráticos e financeiros emperraram a obra. O governo teve dificuldades para assegurar que tinha dinheiro para arcar com a sua parte nos custos. O consórcio que realizou o projeto e venceu a disputa é formado por três empreiteiras, capitaneadas pela Odebrecht, envolvida na Operação Lava Jato e dependente de um empréstimo bilionário do BNDES para executar a obra. As PPPs são alternativas para realizar investimentos que o governo não tem dinheiro para fazer. Mas não são concessões puras – que é quando todas as despesas são pagas pela iniciativa privada. No caso de rodovias, as PPPs são uma estratégia para fazer obras vultuosas com tarifas mais em conta.
A intenção inicial é fazer uma Parceria Público-Privada (PPP). As empresas interessadas têm até o dia 4 de fevereiro para se candidatarem. É o chamado Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), quando as empreiteiras financiam o estudo e projetos de engenharia. Opções de traçado podem ser apresentadas. O prazo para a execução do trabalho preliminar é de 180 dias. Nesse caso haveria uma licitação para escolher a empresa que faria a obra e teria o direito de explorá-la. Seria cobrado pedágio para trafegar no trecho, mas o governo estadual subsidiaria parte das despesas, para que as tarifas não ficassem tão caras.
A obra ainda não tem previsão de custo, mas ultrapassaria a casa de R$ 2 bilhões. A proposta de fazer uma nova rodovia no Litoral vem sendo discutida há muitos anos, mas devido ao grande impacto ambiental na Serra do Mar e ao altíssimo custo ainda não foi realizada.
A BR-101 cruza o Brasil de Norte a Sul e é interrompida no Parará. O novo trecho rodoviário encontraria a BR-116, perto de Bocaiúva do Sul, desviando assim o tráfego de caminhões do anel curitibano. Haveria vários túneis nos trechos de serra. Não seria uma BR, que caracteriza uma rodovia federal – seria uma PR, uma rodovia paranaense. A previsão inicial de traçado desvia de unidades de conservação ambiental – públicas e já consolidadas – como os parques nacionais Saint Hilaire-Lange e Guaricana.
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