O Brasil conhece todas as informações que constam na apuração do Le Bureau d'Enquêtes et d'Analyses (BEA), órgão francês que investiga acidentes aeronáuticos, sobre a tragédia do voo AF 447, segundo o coronel da Aeronáutica Luís Cláudio Lupoli. O avião da Air France caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009, deixando 228 vítimas.
Lupoli acompanha a investigação desde o dia em que o acidente ocorreu e é o representante creditado do Centro de Investigação e Prevenção de Aeronáuticos (Cenipa) junto à França. Segundo ele, a FAB está tendo participação ativa na apuração do acidente.
"O Cenipa não está apenas acompanhando a investigação, mas também participando de todo o processo e tem ciência de todos os documentos elaborados internamente pelo BEA sobre o ocorrido", disse Lupoli, em entrevista exclusiva ao G1.
O coronel vê a investigação com "transparência" por parte do órgão francês.
Lupoli concederá entrevista coletiva sobre a tragédia na manhã desta terça-feira (19) em Brasília. Em seguida, embarca para a França para acompanhar os trabalhos em alto-mar. Um navio francês deverá sair da Europa para o local do acidente ainda nesta semana com o objetivo de resgatar a caixa-preta da aeronave, que está a mais de 4 mil metros de profundidade.
O objetivo principal do BEA é retirar a caixa-preta da cauda da aeronave, que está no fundo do mar, e também outros equipamentos eletrônicos que podem ajudar na investigação, segundo o coronel, que fornecerão informações essenciais para elucidar o acidente.
Na entrevista coletiva na sede da FAB em Brasília o coronel Lupoli dará mais detalhes sobre como foram as buscas pelos destroços e também como será a operação de resgate.
Corpos
O resgate dos corpos das vítimas não é prioridade para o BEA, segundo informou Maarten Van Sluys, diretor executivo da associação dos parentes das vítimas no Brasil, na última quinta-feira. Segundo ele, a informação lhe foi passada pelo órgão francês.
De acordo com Sluys, o escritório realiza reuniões diárias para planejar a fase cinco de resgate do avião, que deve começar no fim de abril. Ele informou que a prioridade seria a retirada dos destroços e da caixa preta. "Segundo eles, depois de estudos feitos por peritos houve entendimento de que os corpos poderiam não resistir ao içamento no mar", disse ele, completando que algum corpo pode acabar sendo içado eventualmente junto com destroços.