O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu ao embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos, que obtenha garantias de segurança do governo do presidente Fernando Lugo para os brasiguaios, afastando a ameaça de novos conflitos. A situação dos agricultores brasileiros, chamados de brasiguaios, no Alto Paraná, fronteira do Paraguai com o Brasil, é acompanhada por Patriota, que conversa diariamente por telefone com Santos.

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O clima de apreensão envolve os brasiguaios há mais de uma semana. Os agricultores brasileiros são pressionados pelos sem-terra paraguaios, denominados carperos, para que abandonem suas terras. O governo paraguaio informou que pretende rever os procedimentos de medição das propriedades e comprometeu-se a buscar uma solução para o impasse.

Desde o dia 23 de janeiro, os brasiguaios e os sem-terra paraguaios estão em conflito na região de Santa Rosa del Monday, no Alto Paraná. Para os sem-terra paraguaios, as terras foram ocupadas irregularmente. Eles alegam que, anteriormente, os terrenos seriam usados para fins de reforma agrária. Mas os brasileiros negam que as terras sejam irregulares.

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No Paraguai, a delimitação de terras é submetida a uma legislação complexa. Recentemente, houve alteração na lei referente à faixa de fronteira, aumentando ainda mais o número de interpretações sobre as ocupações de terra. A estimativa é que cerca de 350 mil brasileiros vivam em território paraguaio – a maioria formada por agricultores.

Nos últimos dias, o impasse que envolve brasileiros e paraguaios é tema de várias reuniões das autoridades dos dois países. O principal interlocutor do Brasil é o embaixador Eduardo Santos, que se dedica a conversar com integrantes do governo e parlamentares para encerrar a tensão. Do lado paraguaio no Brasil, o assunto é acompanhado pelo encarregado de Negócios do Paraguai em Brasília (o principal representante do governo na capital federal), Didier Olmedo.