Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (18) pela Divisão de Habitação das Nações Unidas (ONU-Habitat) mostra que o Brasil reduziu em 16% o número de pessoas que moram em favelas, entre 2001 e 2010. Mas o desempenho é inferior à média de progresso da América Latina como um todo, que teve uma redução de 19,5% no número de habitantes de favelas.
Argentina e Colômbia foram considerados os países mais bem sucedidos na região, já que reduziram em 40% sua população residente em favelas. A República Dominicana é também citada como bom exemplo, já que conseguiu reduzir em 30% o número de pessoas que vivem neste tipo de moradias, consideradas precárias.
Em todo o mundo, 227 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas entre 2000 e 2010. Na verdade, segundo a ONU, isso não significa necessariamente que as pessoas foram morar em outro lugar, já que, em alguns casos, as pessoas simplesmente tiveram melhorias em suas áreas, as quais passaram a não ser mais consideradas favelas.
Apesar disso, o ritmo de crescimento da população das favelas foi maior do que o número de pessoas deixando de morar nessa condição. Portanto, a população total de habitantes de favelas cresceu, passando de 776,7 milhões 827,6 milhões.
O estudo divulgado pelas Nações Unidas também chamou a atenção para o fenômeno dos corredores urbanos, ou seja, pequenas faixas de terra entre duas ou mais cidades, que concentram grande número de habitantes. Cerca de 40 corredores urbanos concentram 18% da população mundial e 66% da atividade econômica global.
Um dos corredores urbanos citados pela pesquisa é a região entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que teria 43 milhões de habitantes, ou seja, cerca de um terço da população brasileira.
Segundo a ONU, esses corredores têm vantagem de estimular negócios, melhorar a interconectividade e levar ao crescimento econômico regional. Mas também apresentam a desvantagem de impedir um maior desenvolvimento da difusão espacial. Os resultados da pesquisa serão apresentados oficialmente pela diretora-executiva do ONU-Habitat, Anna Tibaijuka, nesta sexta-feira (19), em coletiva à imprensa.