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Vírus ebola | Cynthia Goldsmith/EFE
Vírus ebola| Foto: Cynthia Goldsmith/EFE

O Ministério da Saúde reforçou nas secretarias estaduais e municipais da saúde a necessidade de impedir uma eventual proliferação do Ebola pelo país. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou ontem que equipes de saúde de hospitais de referência terão reforço nas orientações sobre diagnóstico, tratamento e todos os procedimentos de segurança que devem ser adotados no caso de pacientes com suspeita da doença. Ele ressaltou ainda que o Brasil continua sem casos suspeitos de Ebola.

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Segundo o ministro, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica precisa ficar atento às recomendações e aos boletins diários fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também foram intensificadas ações em aeroportos e portos. Chioro explicou que, de acordo com regulamento internacional, se um passageiro apresentar algum sintoma, a tripulação é obrigada a emitir um comunicado imediatamente e a dar prioridade no desembarque.

Apesar dos cuidados tomados pelo governo federal, o infectologista José Luiz de Andrade Neto, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e consultor do Ministério da Saúde, diz que nenhum cientista pode precisar se uma epidemia vai ou não se espalhar pelo mundo. Entretanto, segundo ele, o vírus circula pela África desde a década de 70 e a chance disso ocorrer é pequena. "Em primeiro lugar, o Ebola é uma doença muito debilitante, e quem a contrai dificilmente se sentirá apto a fazer viagens internacionais. Além disso, a mortalidade é muito alta, o que também se torna um impeditivo. Por último, a situação econômica das pessoas nas regiões afetadas não é muito favorável para viagens internacionais. O que pode ocorrer é um europeu passar por ali e levar a doença para outro país, por exemplo", afirma.

No caso nacional, Neto diz que não há uma rota direta entre os países infectados e o Brasil. "Mesmo assim, o país é uma rota importante de negócios e turismo de lazer, e como as pessoas estão sempre circulando, é preciso tomar cuidado", diz. O infectologista desconhece alguma medida nacional específica para o controle de epidemias: "O que nós temos são diretrizes gerais, como uma política de observação de pacientes que se sintam mal durante um voo internacional, por exemplo. De qualquer forma, é importante que não se crie um pânico generalizado entre as pessoas, e analisar cada caso com cuidado", ressalta.

Reunião

A OMS convocou para hoje uma reunião de emergência para avaliar a real possibilidade de disseminação do vírus Ebola pelo mundo e a possível ameaça de uma pandemia. O surto é o maior registrado até agora e, segundo dados da OMS, já infectou 1.603 pessoas, das quais 887 morreram nos países africanos de Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria.

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