Educação

O que garantiu ao Brasil avançar um pouco no ranking , segundo Jorge Chediek, foi a educação e, sobretudo, a mudança na metodologia usada para fazer o cálculo dos indicadores. A partir de agora, a expectativa de anos estudados tem peso semelhante a outro indicador, o de anos estudados. A alteração é uma reivindicação dos países, pois o indicador estamparia as condições ofertadas para alunos no passado e não as atuais.

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O Brasil subiu uma colocação no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2013. O relatório, divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra o país em 79.º lugar entre 187 nações. Com essa classificação, o Brasil continua sendo considerado como país de alto desenvolvimento humano. Desenvolvido há 24 anos pelo Pnud, o índice tem uma escala de 0 a 1. Quanto mais próxima de 1, melhor a situação do país. O Brasil alcançou índice 0,744. Noruega, a primeira colocada, 0,944. O pior indicador foi do Níger: 0,337. As notas são dadas a partir da avaliação de três quesitos: saúde, educação e rendimento.

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Especialistas da ONU dizem que o avanço discreto do Brasil no ranking se deve à crise financeira internacional que começou em 2008, à desigualdade de renda e ao crescimento acelerado de países que só agora começaram a criar políticas de combate à extrema pobreza, como Ruanda. Além do Brasil, apenas 37 países tiveram colocação melhor que no ano passado. No geral, o ranking do Pnud retrata um período de pouca mudança: 114 nações mantiveram posições conquistadas em 2012 e outras 35 tiveram desempenho pior.

O pequeno crescimento obtido pelo país, no entanto, se perde quando se faz uma análise de um período maior. O relatório mostra que no período entre 2008 e 2013 – época da crise financeira internacional –, o Brasil caiu quatro posições. Dentre os países do Brics, o Brasil é o único que apresenta queda. A África do Sul subiu duas posições; Índia avançou uma, Rússia manteve a colocação. A China foi a que mais cresceu: dez posições.

"Não mergulhamos para saber o que fez o Brasil ter um desempenho pior dentro dos países do Brics", reconheceu a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasileiro, Andrea Bolzon. Coincidência ou não, a partir de 2008 o Brasil só teve um crescimento melhor do que o apresentado pela Rússia no grupo dos Brics. O relatório destaca apenas que a Rússia apresenta uma educação menos desigual. Para Andrea, o que torna mais lento o avanço do Brasil no índice é a desigualdade na renda.

Vizinhos

Para o coordenador do sistema das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, o fato de o Brasil ocupar apenas a 79.ª posição no ranking, atrás dos vizinhos Chile (41.°), Argentina (49.°), Uruguai (50.°) e Venezuela (67.°) é resultado de problemas históricos. "O passivo é enorme. Não podemos esquecer que o Brasil apresentou melhoras consistentes nos últimos 30 anos", justificou. "Em 1980, a média de tempo de escola do brasileiro era a de 2,6 anos e a expectativa de vida, de 62,7 anos."

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