Menor diz em depoimento que ossos de Eliza foram concentrados em sítio
O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao depoimento que provocou uma reviravolta no caso Eliza. Em quatro folhas, o menor apreendido na terça-feira (6) na casa do goleiro do Flamengo Bruno conta sua versão dos fatos.
Juiz concede guarda do filho de Eliza à avó
Mãe de Eliza, Sônia Fátima Moura, conseguiu ontem a guarda provisória do neto de 4 meses, apontado como filho do goleiro Bruno. A Justiça de Foz voltou atrás na decisão que concedeu a guarda para o avô Luís Carlos Samudio, pai de Eliza, após a divulgação de que ele recorre em liberdade por uma condenação de estupro. Sônia desembarcou à noite em Foz do Iguaçu e conversou com a Gazeta do Povo por intermédio do jornal local O Iguassu. O bebê será entregue à avó hoje, às 8h30, no Fórum de Foz.
Pai de Eliza responde por estupro no Paraná
O pai da jovem Eliza Samudio, Luiz Carlos Samudio, foi condenado a cumprir oito anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo crime de estupro contra uma menina de 10 anos, segundo informações processuais da 1ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Ele recorreu duas vezes da sentença e o último recurso foi indeferido, por unanimidade, pelos desembargadores da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Ele responde ao processo em liberdade e pode recorrer novamente.
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O goleiro Bruno, seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido por Bola, suspeitos de participação no desaparecimento da jovem Eliza Samudio, foram transferidos para o presídio Nelson Hungria, em Contagem (MG), na madrugada desta sexta-feira (9).
Os três realizaram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e, depois das 2h30, foram levados para a penitenciária. Eles dormiriam em celas separadas.
A informação anterior era a de que Bruno, Macarrão e Bola passariam a noite no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão, anexo ao prédio do Departamento de Investigação (DI) de Belo Horizonte. A polícia não explicou o motivo da transferência.
Ao longo do dia, Bruno e Macarrão devem ser levados ao prédio da DI para prestar depoimentos sobre o desaparecimento da ex-amante do jogador.
Um avião Bandeirantes da Polícia Civil de Minas Gerais pousou no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 23h05 desta quinta-feira (8) com Bruno e Macarrão. Do aeroporto, eles foram escoltados para o DI, na Lagoinha. O delegado Edson Moreira disse à reportagem do G1 que ninguém prestaria depoimento durante a madrugada desta sexta.
Ao descer do carro da polícia, Macarrão cobriu o rosto com a blusa e foi escoltado por policiais até a delegacia. Já o jogador entrou sem algemas e não escondeu o rosto. No Rio, Eles são acusados pelo sequestro de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro; em Minas Gerais, eles são suspeitos do desaparecimento da jovem. Segundo um menor que também teria participação no caso, Eliza foi levada do Rio para Minas Gerais e depois morta.
Muitos jornalistas e muitos moradores de Belo Horizonte aguardavam a chegada dos dois. A polícia fez um esquema para organizar a multidão na porta do DI. Populares protestavam aos gritos, com expressões como "assassino".
Bruno e Macarrão saíram da penitenciária de Bangu 2, na Zona Oeste do Rio, depois que a Justiça do Rio autorizou a transferência dos dois para Minas Gerais. A aeronave partiu às 21h47 desta quinta, do Aeroporto Santos Dumont, no Centro.
Transferência
No fim da tarde desta quinta, a 38ª Vara Criminal do Rio determinou a transferência de Bruno e Macarrão para Minas, onde está sendo investigado o caso. O pedido havia sido feito pela Polícia Civil mineira.
A decisão é do juiz Jorge Luiz Le Cocq. "No sentido que o crime de sequestro é conexo com o homicídio, a competência é do Tribunal do Júri de Contagem, Minas Gerais" disse em sua decisão.
"A Justiça do Rio acaba de determinar, atendendo ao nosso anseio, o recambiamento de Bruno e Macarrão para Minas", confirmou a chefe da Divisão de Homicídios de Contagem, Ana Maria dos Santos. Ela não descarta a participação dos suspeitos em acareações e reconstituições no decorrer do caso. Ainda segundo Santos, um pedido de transferência semelhante já está em curso na Vara da Infância e Juventude do Rio para que o menor, que foi ouvido na terça-feira (6), também seja levado para Minas.
Segundo a delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem, Alessandra Wilke, há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais. "Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias", afirmou.
Novo advogado
O advogado que defendia o goleiro, Michel Assef Filho, afirmou na manhã desta quinta que deixou o caso. Assef disse que estava defendendo os interesses de Bruno porque ele era um "patrimônio do clube e um dos atletas mais caros do Flamengo". Uma vez que o advogado trabalha para o Flamengo e o clube decidiu pela suspensão do contrato dele, há conflito de interesses, segundo Assef.
Segundo o advogado, ele não entrou com pedido de habeas corpus para o goleiro. Assef informou ainda que quem assume a defesa do goleiro é o advogado Ércio Quaresma, de Minas Gerais, que já defende a mulher de Bruno e Macarrão.
O advogado Roberto de Assis Nogueira, que defendia o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também anunciou na noite desta quinta, em Belo Horizonte, que está deixando o caso. "Por questões de foro íntimo e econômico não defenderei mais o Marcos. Não entrarei no mérito se ele é culpado ou incoente", afirmou.
Marcos Aparecido dos Santos foi preso nesta quinta, na capital mineira. Ele estava na casa de um tio, que foi cercada. A polícia ainda não informou como chegou até o local. Segundo a polícia, Santos é suspeito de matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Bruno nega as acusaçõesMichel Assef Filho disse que o atleta negou, na noite de quarta-feira (7), acusações contra ele feitas por um menor de idade. Ele disse que o goleiro está "estarrecido" e afirmou desconhecer os fatos contados em depoimento pelo menor ouvido na terça. As declarações do advogado foram dadas em frente à DH pouco antes das 22h de quarta.
Denúncia
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou na quarta Bruno e Macarrão por sequestro e lesão corporal, no ano passado, de Eliza Samudio. Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 17ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, alegou que, em outubro de 2009, os dois sequestraram Eliza Samudio, que estava grávida, e tentaram forçá-la a abortar.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), se condenados, Bruno e Macarrão podem pegar de dois e a oito anos de prisão, pelo crime de sequestro e cárcere privado, agravado pelos maus-tratos contra a vítima, e de três meses a um ano, por lesão corporal.
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