PF confisca bens de Abadía no RS

Porto Alegre – Tudo o que a Polícia Federal encontrou no Rio Grande do Sul pertencente ao traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, de 44 anos, foi confiscado e mandado para São Paulo ontem.

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Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda a comunicação da prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía para definir se dá preferência ao pedido de extradição dos Estados Unidos ou ao processo que o criminoso responde na Justiça Federal de São Paulo por lavagem de dinheiro.

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Mudanças extremas são demoradas

De acordo com o cirurgião plástico Júlio Fernandes, da diretoria da seccional paranaense da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), transformar completamente o rosto exigiria dos traficantes presos uma série de intervenções demoradas, com a colocação de enxertos e até tratamento ortodôntico para preparar os dentes para uma nova posição do maxilar.

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Curitiba – Um incidente com um avião no Aeroporto Bacacheri em 2005 foi o ponto inicial da investigação que culminou na prisão de um dos traficantes mais procurados do mundo, o colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, em São Paulo, na terça-feira. Na época, a ocorrência com uma aeronave de pequeno porte chamou a atenção da Polícia Federal (PF). Não houve feridos, mas a polícia recebeu a informação de que uma grande quantidade de dinheiro estava sendo transportada no avião. A partir dali, os três tripulantes passaram a ser investigados. Um deles, o piloto André Barcellos, também foi preso, no Rio Grande do Sul. Por ser gaúcho, a operação recebeu o nome de Farrapos. Os outros dois estão desaparecidos. Segundo a PF, a investigação acabou ligando Barcellos à Abadía. O piloto era o braço direito do traficante e responsável pelo transporte de dinheiro da quadrilha.

Três pessoas ligadas a Abadía foram presas em Curitiba; entre eles, Victor García Verano. O trio foi levado na noite de terça-feira para São Paulo, onde será ouvido hoje na Superintendência da Polícia Federal.

Assim como Abadía, Verano passou por uma série de cirurgias plásticas. O tratamento foi feito numa conhecida clínica do Batel, na capital. O médico responsável pelas cirurgias conversou ontem com a reportagem da Gazeta do Povo, na condição de ter seu nome mantido em sigilo.

Desde agosto do ano passado, Verano realizou três cirurgias plásticas. Fez implante de cabelo, arrumou o nariz fraturado e esticou as pálpebras superiores. O homem freqüentava a clínica acompanhado de um filho, da sogra e da mulher. Segundo o médico, ele também teria pedido para fazer uma cirurgia que modificasse seu maxilar. "Eu não faço esse tipo de cirurgia. Todas as operações que ele fez aqui são de rotina, nenhuma tinha como objetivo desfigurar", diz o cirurgião. "Eles aparentavam ser uma família comum. Um dia inclusive encontrei-o passeando no shopping e o cumprimentei, como faço com qualquer paciente que encontro na rua."

Verano apresentava-se como Peter, dizia ser espanhol (ele é colombiano) e trabalhar no ramo imobiliário – segundo a PF, atividade com a qual lavava o dinheiro do narcotráfico. Ele trabalhava junto da mulher em duas empresas laranjas de Abadía, a Euro Negócios Imobiliários e a Euro Importação e Exportação, localizadas em duas salas no décimo andar de um prédio na Rua Francisco Rocha, no Batel. Funcionários de empresas vizinhas diziam que os imóveis não pareciam ter muita movimentação. Os aluguéis, no entanto, sempre eram pagos em dia.

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Um dia após a prisão de Victor em Curitiba, vizinhos do condomínio de luxo onde o casal morava, no bairro do Campo Comprido, se diziam chocados com a descoberta. A mansão é cotada em R$ 2 milhões e o aluguel, entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. "Eles não conversavam com os outros moradores. Como eram estrangeiros, isso não era considerado um comportamento estranho", conta uma pessoa que não quis se identificar. Outro morador lembra que os dois andavam sempre com carros dotados de vidros com película escura e estavam prontos para se mudar nos próximos dias. "Toda essa história prova que segurança não existe em lugar nenhum", reclama um terceiro.