Levando-se em conta que acontecem nove quedas em calçada a cada mil habitantes nas grandes cidades brasileiras e que cada acidente gera um prejuízo médio de R$ 2,5 mil entre atendimento médico, medicamentos e afastamento do trabalho, todo cuidado é pouco nas calçadas brasileiras. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Orçamento e Gestão.

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A necessidade de caminhar com precaução é justamente a principal recomendação do médico Ricardo Falavinha, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), aos seus pacientes no Hospital Cajuru, quando o assunto são as calçadas de Curitiba. Principalmente aos idosos.

Acostumado a atender pessoas acidentadas por causa das más condições do passeio, Falavinha – que também é socorrista do Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma Emergencial (Siate) –, explica que para pessoas acima dos 60 os riscos são maiores, pois nessa faixa os ossos começam a se desgastar. "Aí há o risco de fratura de fêmur, o que exige intervenção cirúrgica, levando de três a quatro meses para recuperação", explica. Para os jovens, as contusões geradas pelas calçadas ruins têm uma recuperação média em 45 dias.

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Crítico do calçamento curitibano – principalmente do petit-pavé –, o presidente da SBTO aponta entre as recomendações olhar bem por onde anda e tentar caminhar devagar. Para idosos, a recomendação é utilizar bengala ou se apoiar em alguém ao caminhar.

Já às mulheres, um cuidado à parte: evitar sapatos com salto alto, principalmente no petit-pavé, onde há frestas e desníveis. "Salto alto e petit-pavé é uma somatória ideal para acontecer acidentes", reforça. (MXV)