Brasília – O plenário da Câmara dos Deputados vota amanhã o processo de cassação do ex-presidente da Casa deputado João Paulo Cunha (PT- SP). A expectativa é de que Cunha seja o oitavo parlamentar a escapar de ser cassado pelas acusações de envolvimento com o chamado "esquema do mensalão".

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O relator do processo contra Cunha é o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS). O seu relatório foi aprovado no Conselho por nove votos a favor e cinco contrários.

Contra João Paulo Cunha, pesa o fato de sua mulher, Márcia Regina Cunha, ter sacado R$ 50 mil de uma conta da agência do banco Rural em Brasília, mantida pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do mensalão.

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Em sua defesa, Cunha inicialmente disse que a mulher foi à agência pagar uma conta de tevê a cabo. Depois, ele mudou a versão e disse que o dinheiro foi usado para ajudar na campanha do PT em Osasco, no ano passado.

Em seu parecer contra João Paulo Cunha, Schirmer acusou também o deputado de ter firmado um contrato irregular com a empresa de Marcos Valério enquanto era presidente da Câmara.

O contrato foi considerado irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e por uma comissão de sindicância da Casa.

A expectativa da votação de amanhã é favorável a Cunha. Até o momento, o placar das votações dos processos de cassação dos supostos envolvidos no "mensalão" mostra que somente três deputados foram cassados e sete conseguiram manter seus mandatos.

O último a escapar da cassação foi o deputado João Magno (PT-MG). O parecer do Conselho de Ética que pedia a cassação foi rejeitado por 207 votos contrários e 201 favoráveis.

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Ainda na semana passada, o plenário absolveu o deputado Wanderval Santos (PL-SP). Como são necessários pelo menos 257 votos para cassar um mandato, o relatório foi arquivado, com 242 votos a favor da cassação e 179 contrários.

Também conseguiram manter seus mandatos os deputados Pedro Henry (PP-MT), Roberto Brant (PFL-MG), Professor Luizinho (PT-SP), Sandro Mabel (PP-GO) e Romeu Queiroz (PTB- MG).

Dos principais protagonistas do suposto escândalo do mensalão, apenas Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE), foram cassados.