Entrevista com a Mãe de Rachel - Um ano convivendo com a dor
De um dia para o outro, a vida deles virou de ponta cabeça. Eles passaram a ser protagonistas de uma história digna de um filme de terror. Tiveram a filha de 9 anos brutalmente assassinada, foram julgados pela opinião pública e precisaram aprender a viver com a dor da perda e da incerteza, já que o "inimigo" podia e ainda pode estar por perto. "Você não confia em mais ninguém. Até fazer o exame de DNA, você não confia no amigo, no parente", conta Michel Genofre, pai de Rachel Genofre, assassinada em novembro de 2008. A mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo Oliveira, viu a filha com vida pela última vez há exatamente um ano. Em entrevista à Gazeta do Povo, ela fala sobre sua luta para continuar "acordando todos os dias" e de momentos difíceis como quando chegou a ser internada em um hospital psiquiátrico para tratamento.
Mais cautela na rua e na escola
Há exatamente um ano, Rachel Genofre era vista pela última vez com vida, na saída da escola. Depois de um dia desaparecida, seu corpo foi encontrado com marcas de abuso sexual na Rodoferroviária de Curitiba. O crime que chocou Curitiba ainda está longe de ter uma solução até o momento não há pistas concretas de quem cometeu o assassinato. De concreto mesmo, apenas o que existe é uma população mais receosa. Na rua em que a menina morava, crianças não brincam mais sozinhas. No colégio em que ela estudava, pais passaram a levar e buscar pessoalmente os filhos.
Depois de cinco meses em que as câmeras de segurança estão em funcionamento na Rodoferroviária de Curitiba, a frequência de crimes dentro de um dos locais mais movimentados da capital diminuiu. O número de furtos e roubos caiu não só no interior do terminal, mas também nas regiões próximas, informa a polícia. Desde abril deste ano funciona dentro da Rodoferroviária uma sala de monitoramento da Polícia Militar (PM). Os policiais têm acesso às imagens das câmeras e fazem rondas 24 horas por dia no local e nas imediações. Comerciantes, no entanto, reclamam que os policiais não circulam pela rodoviária.
A medida foi tomada para levar mais segurança para o local após o assassinato de Rachel Genofre, em novembro de 2008. Ela foi encontrada morta dentro de uma mala abandonada no local, e a falta de câmeras suficientes na Rodoferroviária foi muito criticada após o crime. As imagens, somente do lado externo do terminal, não ajudaram nas investigações.
De acordo com o subtenente Luiz Henrique de Andrade, do 20.º Batalhão da PM, e comandante do posto da Rodoferroviária, diminuiu o número de batedores de carteira e de roubos no interior do terminal. "Já flagramos um roubo a taxista na parte externa com as câmeras. Também prendemos um homem que roubava mochilas dentro dos ônibus. Nós o identificamos nas imagens filmadas, e quando ele retornou à rodoviária nós o prendemos", disse Andrade.
O subtenente afirmou que 15 ocorrências foram solucionadas em razão das câmeras. No mês de maio, quando as câmeras ainda não estavam em funcionamento, foram registrados 37 crimes, como roubos e furtos, dentro e nas imediações da rodoviária. Foram 12 flagrantes naquele mês. Em junho, segundo o subtenente Andrade, já com a ajuda do monitoramento das câmeras de segurança, as ocorrências caíram para dez, com dois flagrantes.
Críticas
Um comerciante que trabalha dentro da Rodoferroviária e não quis se identificar concorda que houve melhora na segurança, mas ainda é preciso fazer mais. "Melhorou um pouco com as câmeras, mas os policiais não circulam por aqui, ficam lá dentro da sala de monitoramento. Os pequenos roubos diminuíram, mas as pessoas que ficam pedindo coisas continuam por aí", disse o comerciante.
O subtenente, por outro lado, afirma que há uma escala e os policiais fazem rondas constantes pela Rodoferroviária e nas redondezas, como nos viadutos próximos. "Demos cartões para os comerciantes e quando acontece algo eles nos acionam", disse Andrade.
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