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Recalls

Campanhas de recall de veículos crescem 48% em relação a 2014

Em dezembro de 2013, a Fiat convocou todos os proprietários para um recall, por causa de uma falha no sistema do cinto de segurança do passageiro do banco dianteiro. O setor automotivo é um dos maiores promotores de chamadas para reparos. | Studio Cerri/Fiat
Em dezembro de 2013, a Fiat convocou todos os proprietários para um recall, por causa de uma falha no sistema do cinto de segurança do passageiro do banco dianteiro. O setor automotivo é um dos maiores promotores de chamadas para reparos. (Foto: Studio Cerri/Fiat)

O número de campanhas de recall de veículos realizadas no Brasil em 2015 aumentou 48% em relação ao mesmo período de 2014.

Já a quantidade de veículos que tiveram que passar por reparo ou substituição de peças depois de chegar ao consumidor cresceu 130%. Em números: apenas entre janeiro e julho deste ano, 70 campanhas de recall atingiram mais de 1,8 milhão de veículos.

Na avaliação de Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste Associação de Consumidores, o aumento do número de chamadas do consumidor sugere a necessidade de as empresas aperfeiçoarem a linha de produção e os processos de controle de qualidade dos produtos – principalmente de veículos. “O controle de qualidade tem que ser mais rígido para evitar que o produto chegue ao mercado com defeitos e não se tenha todo o custo do recall.”

Por outro lado, diz Maria Inês Dolci, o maior número de chamamentos pode ser visto como um sinal de amadurecimento das relações de consumo no país, pois os fabricantes não têm feito vista grossa aos problemas verificados em seus automóveis.

Claudia Silvano, diretora do Procon Paraná, lembra que no início das campanhas de recall, as empresas eram muito resistentes ao procedimento. “Por que é admitir que se colocou um produto defeituoso no mercado. Por outro lado, é positivo que se chame os consumidores para o reparo ou substituição, porque o objetivo do recall é justamente prevenir acidentes e danos maiores. Mas não deixa de ser assustadora a quantidade de produtos defeituosos que vão para o mercado.”

Prazos

Apesar do aspecto positivo das campanhas de chamamento, os órgãos de defesa do consumidor alertam que ainda há muitos problemas, principalmente em relação à demora das empresas em realizar o reparo ou a substituição dos produtos.

“Faltam peças, a reposição demora, então muitos consumidores acabam desistindo. Sem contar os casos em que a informação sobre o recall sequer chega ao consumidor”, explica Maria Inês.

Claudia explica que, nesses casos, o fornecedor é obrigado a trocar o produto. “É um contrassenso. O recall existe para solucionar o problema imediatamente. Se o fornecedor constata um defeito no produto e faz um chamamento, isso pressupõe que haja condições de se fazer o reparo. A ideia é justamente não deixar que o consumidor fique submetido ao risco.” Caso o consumidor não consiga o reparo ou substituição da peça ou produto defeituoso, pode ingressar com ação solicitando novo produto ou reparação de eventuais danos.

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