Pés descalços e ouvidos atentos ao instrutor. Assim se vestem e se comportam as crianças e os adolescentes que participam do projeto de capoeira mantido pela comunidade Ouro Verde, uma área de invasão em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. As atividades são realizadas num barracão pertencente ao presidente da Associação de Moradores, Marcelo Barros. Lá, três vezes por semana, cerca de 50 crianças e jovens se encontram para mostrar o gingado da capoeira uma tradição brasileira que mistura luta e dança.
O capoeirista Luiz Felipe de Souza Ferreira, 14 anos, gosta das aulas e tira lições para a vida. "Você aprende a ter respeito na vila e na escola. Lá fora, as pessoas tentam te levar para o mau caminho, mas aqui a gente aprende só coisa boa", diz. Marcelo Barros lembra que os participantes convivem com histórias de violência na vila, mas no projeto, que também tem a missão de evangelizar, há chances de um recomeço. "A nossa capoeira é a primeira capoeira gospel da cidade. Eu passo os ensinamentos da capoeira, mas também de Jesus", acrescenta. O projeto é gratuito e as despesas são mantidas por doações da comunidade e rifas feitas pela coordenação.
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