Os animais capturados no Litoral e perto de Curitiba são encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), mantido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná em parceria com o Ibama, em Tijucas do Sul, a 60 km de Curitiba. "Os capturados nas demais localidades são mandados para outros centros de triagem e zoológicos", diz o superintendente do Ibama, Hélio Sydol. Mas nem todos os bichos podem ser devolvidos ao meio ambiente. "Os animais encaminhados aos zoológicos talvez nem voltem ao meio natural", lamenta.
Esse ponto é permeado por indagações por parte dos ambientalistas. Para o presidente da ONG Arca Brasil, Marco Ciampi, zoológico só pode ser usado se for com a finalidade de perpetuar espécies. "O ideal é que o animal tenha sua vida em liberdade, em seu meio natural. Em relação aos zoológicos, só podemos aceitar quando for com o intuito de preservação de uma espécie ameaçada de extinção", ressalta.
Para o professor e pesquisador da UFPR Fernando Passos, tanto um centro de triagem quanto um zoológico só pode ser aceito de maneira emergencial e provisória. "O mais rápido possível (o animal) deveria ser encaminhado ao seu ambiente natural, mas para isso deveria haver profissionais qualificados para a tomada de decisão, de onde e como proceder a soltura em vida livre desses animais. Quanto mais tempo o animal permanecer em cativeiro, mais difícil será a readaptação a seu hábito de vida livre", atesta.
Já a bióloga da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) Ângela Kuczach afirma que não há outro caminho para encaminhar os animais capturados que não sejam centros de triagem e zoológicos. "Não podemos soltar o animal próximo da área em que ele fugiu porque há o risco de ele aparecer na cidade novamente. E soltar em outro local é temeroso, já que em caso de não conhecer o ecossistema da floresta podemos afetar o equilíbrio natural daquele ambiente", afirma.