Uma das marcas do carnaval de rua de Curitiba é o caráter democrático. Se por um lado é pouco prestigiado, ao menos o carnaval curitibano permite que uma gama de representantes que vai de homossexuais a evangélicos compartilhem o mesmo espaço na avenida.
Uma das novidades da edição de 2007 é o Bloco da Divercidade (assim mesmo, com C), organizado pelo Grupo Dignidade, organização não-governamental de defesa dos direitos dos homossexuais e transgêneros. Além de distribuir 12 mil preservativos ao público da Avenida Cândido de Abreu, o bloco, que desfila às 18h30, também distribuirá folhetos sobre como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis. "O bloco não será específico para homossexuais. Teremos alas para outras pessoas que estão à margem, como a população negra e pobre. Será um bloco da diversidade", explica Márcio Marins, coordenador de Integração com a Comunidade do Dignidade.
Marins, que é carioca e chegou a ser um dos figurinistas de grandes escolas do Rio, como Império da Tijuca e Império Serrano, atualmente cumpre a mesma função pelas escolas Mocidade Azul (Curitiba) e Filhos da Capela (Antonina).
Três horas e meia após a entrada do Bloco Divercidade, entra na Cândido de Abreu a escola de samba Jesus Bom à Beça única do Brasil de caráter evangélico. Conforme explica o presidente da agremiação, o apóstolo da Igreja Evangélica Agape Alexandre José Monteiro, a escola vai aproveitar o desfile para pregar a palavra de Jesus, com o samba-enredo "Família, Idéia Perfeita de Deus". "Temos o objetivo de levar o Evangelho ao povo. E nada melhor do que uma festa popular para isso", aponta o apóstolo, que, sábado, será responsável pelo desfile de 250 fiéis de dez igrejas evangélicas de Curitiba. (MXV)
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