Interior
Na região Oeste do Paraná, em Foz do Iguaçu, a adesão de funcionários dos Correios à greve foi maior do que o esperado. Por isso estava programado para esta segunda-feira o envio de mais funcionários para reforço no atendimento, segundo o gerente regional dos Correios, Paulo Kremer. Na cidade há quatro agências e cerca de 150 funcionários.
Em Maringá, na região Noroeste, 70% dos funcionários dos Correios estão parados, conforme avaliação do diretor executivo do Sintcom-PR, Osmar Silva. Ele acredita que as correspondências estão sendo entregues com 72 horas de atraso. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, todas as correspondências que chegaram nestes dois dias de greve foram levadas para os galpões do 5.º Batalhão de Infantaria Blindada do Exército, para a triagem. Segundo Osmar Eyng, gerente regional de vendas dos Correios, a prática é rotineira em casos de greve. A assessoria de comunicação social da regional Paraná lembra que é uma forma de manter o funcionamento dos serviços.
Guarapuava, Londrina, Cascavel e Curitiba também estão usando as instalações do Exército. Na capital paranaense, as correspondências estão sendo levadas para o 5º Batalhão de Logística.
Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) do Paraná fecharam a Agência Marechal Deodoro, a maior de Curitiba, na manhã desta segunda-feira (17). A categoria está em greve desde a noite de quarta-feira (12) quando aderiram à paralisação nacional. Os funcionários estão concentrados também na sede da Rua João Negrão e na XV de Novembro.
A direção dos Correios deu um prazo até esta segunda para os funcionários voltarem ao trabalho. Caso contrário, entraria na Justiça para discutir o pagamento do dissídio coletivo durante a tarde. "Nós não temos preocupação com relação a isso", afirma o diretor de Finanças do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR).
Na semana passada, a direção nacional do Correios apresentou proposta ao comando de greve, em Brasília (DF), mas ela não foi aceita. Com pequenas alterações ao que havia sido apresentado na terça-feira (11), a empresa ofereceu agora o abono de R$ 400, que inicialmente seria parcelado em duas vezes, em um pagamento único. A empresa também desistiu de retirar pais e mães com renda de até 1,2 salário mínimo do plano de assistência médica. Mas não houve nenhum avanço em relação ao reajuste salarial.
Protestos
Na sexta-feira (41), os funcionários realizaram uma passeata pela região central da capital paranaense, quando foi distribuída uma carta aberta à população explicando os motivos da greve. À noite, os trabalhadores realizaram uma assembléia e decidiram pela continuidade do movimento.
Um grupo formado por cerca de 40 funcionários está acampado na frente da sede regional dos Correios desde quinta-feira. No domingo (16), a categoria organizou uma "greve em família" na Travessa Pinheiro, localizada ao lado da sede estadual da empresa, das 10h às 14 horas. Foram montadas piscinas de bolinhas e outras brincadeiras para as crianças.
Adesão
O Sintcom-PR reitera que a adesão à greve é crescente e já supera o percentual de 80% da categoria na maioria dos 399 municípios do Paraná. O sindicato contesta a alegação da empresa, de que a greve teria uma baixa adesão dos trabalhadores, com uma média de 40% dos funcionários.
Conforme a assessoria de comunicação dos Correios no Paraná, a distribuição de correspondências, nos dois dias de paralisação das atividades ficou prejudicada no estado em 40%. Em torno de 500 mil objetos, deixaram de ser entregues durante o primeiro dia de paralisação, a quinta-feira (13). Diariamente são distribuídos 1,3 milhão de correspondências, sendo que metade deste número diz respeito a Curitiba. O efeito, porém, só será sentido dentro de três a quatro dias, conforme avaliação dos Correios.
Reajuste
Em greve desde a noite da última quarta-feira (12), os trabalhadores reivindicam R$ 200,00 de aumento real linear, além da reposição das perdas salariais que, acumuladas desde 1994, totalizam 47,77%. A direção dos Correios oferece um reajuste de apenas 3,74%, R$ 50 de aumento real a partir de janeiro de 2008 e um abono de R$ 400. A contraproposta da empresa ainda retira uma série de direitos já conquistados pela categoria, em especial na área de assistência médica.
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