A cartomante Danielle Gaich Nicolitz, investigada por aplicar supostos golpes nos quais pedia grandes somas de dinheiro em troca de trabalhos espirituais, foi solta nesta segunda-feira (16). Ela havia sido presa no dia 19 de novembro junto outras duas pessoas, o marido, Carlos Eduardo Ivanovitch Junior, que foi solto na última sexta-feira (13), e o presidente do Conselho Mediúnico do Brasil (Cebras), Dorival Simões, que está solto desde o dia 21 de novembro.

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Tanto a cartomante quanto o marido irão responder em liberdade pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha. Eles foram soltos após a Justiça acatar o pedido da defesa de arbitrar uma fiança, estipulada em R$ 50 mil. Segundo o advogado da suspeita, Cláudio Dalledone, Danielle estava feliz pela liberdade, mas muito abatida pela discriminação que está sofrendo.

"Nós vamos provar que ela não usou de ardil nenhum. São consultas espirituais. Ela não obrigou ninguém com violência ou grave ameaça a dar alguma coisa a ela. Só praticou o que a tradição cigana faz. Leu a sorte, consultou espiritualmente, aconselhou", afirma.

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As investigações apontam que mais de R$ 1,3 milhão teriam sido pagos pelas vítimas que procuravam o consultório de Danielle atrás de trabalhos espirituais.Entenda o caso

Em fevereiro deste ano, uma mulher procurou a taróloga, identificada como Danielle Gaich Nicolitz, para tentar resolver problemas de relacionamentos de seu filho. Junto com o marido, a sogra e o sogro, Danielle conseguiu da vítima R$ 381 mil, pagos na intenção de que os serviços espirituais se concretizassem. Conforme o delegado Laiola, a suspeita pediu ainda mais R$ 54 mil para finalizar o serviço, dinheiro este que não chegou a ser entregue.

De acordo com a Dedc a vítima filmou boa parte do suposto golpe, que aconteceu em várias sessões ao longo de quatro meses, e encaminhou os vídeos à emissora RPC TV, que entrou em contato com a polícia.

A maior quantia paga a Danielle – um valor de R$ 180 mil – foi em frente à Igreja dos Passarinhos, no Bigorrilho. O restante foi dado à vidente na sua própria casa.

Segundo a delegacia, a promessa da quadrilha era de que todo o dinheiro pago seria devolvido no dia 2 de Novembro, Dia de Finados, e que, por isso, seria uma data simbólica para a devolução. "Especialmente esse caso, de que o dinheiro seria devolvido e não foi, caracterizou-se como estelionato", explicou o delegado titular da Dedc, Marcelo Lemos de Oliveira.

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Ainda conforme o delegado, para justificar o paradeiro da quantia tomada da vítima, Danielle teria dito que todo valor estava guardado em uma entidade espiritual de Santos, no Litoral de São Paulo, que não existe. E para explicar a devolução do dinheiro de acordo com o prometido, a taróloga pediu para que o presidente do Conselho Mediúnico do Brasil (Cebras), Dorival Simões, confirmasse o paradeiro do valor. O presidente também teria explicado a necessidade do pagamento de mais R$ 54 mil para que os serviços fossem finalizados. "Ele tinha sim conhecimento do que estava sendo feito, mas não sabemos se ele recebeu dinheiro por isso", disse Oliveira.