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Crime

Casal foi morto por disputa de poder em grupo neonazista

A polícia encontrou com o grupo farto material sobre nazismo | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A polícia encontrou com o grupo farto material sobre nazismo (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)
Acusado de ser líder do grupo nega ligação com assassinato. Os outros presos disseram ter sido ameaçados de morte, caso não cumprissem ordem execução |

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Acusado de ser líder do grupo nega ligação com assassinato. Os outros presos disseram ter sido ameaçados de morte, caso não cumprissem ordem execução

A polícia do Paraná apresentou na tarde deste sábado (2) os seis presos acusados da morte do casal Bernardo Dayrell e Renata Waeschter Ferreira, assassinado a tiros na madrugada do dia 21 de abril, em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Jairo Maciel Fischer, de 21 anos, e João Guilherme Correa, de 18 anos, teriam sido os autores dos disparos que atingiram Dayrell e Renata, respectivamente. Foram apresentados ainda Rosana Almeida, 22 anos, Gustavo Wendler, de 21 e Rodrigo Mota, 19 anos. Rosana e Wendler já haviam sido detidos na quinta-feira pela manhã, conforme foi antecipado pela Gazeta do Povo na edição de sábado.

A apresentação dos jovens foi feita após a prisão do economista Ricardo Barollo, 33 anos, detido em São Paulo, na manhã do dia 1º de maio, acusado de ser o mandante do crime.

De acordo com o delegado Francisco Caricati, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a execução de Dayrell e Renata foi encomendada pela liderança nacional de um movimento neonazista por causa de uma disputa de poder entre grupos rivais. Barollo não aceitaria a ascensão de Dayrell, tido como um líder intelectual do movimento no Paraná. O advogado do economista, Adriano Sérgio Nunes Bretas, disse que seu cliente não faz parte do projeto político defendido pelos neonazistas, mas admite que Barollo conhece pessoas que fariam parte do referido projeto. Falou também que o acusado se diz comunista e que não teria mandado matar ninguém. Em depoimento, no entanto, os acusados disseram que foram ameaçados de morte caso não cumprissem a ordem de execução. "Inclusive suas famílias seriam eliminadas, se o casal não fosse morto", disse Caricati.

A operação policial para identificar os responsáveis pelo crime fez diligências em São Paulo, Joinville, Laguna (SC), e Teotônia (RS), onde Fischer, autor dos disparos contra Dayrell, foi encontrado. Além das prisões, a polícia encontrou com o grupo farto material de divulgação da ideologia neonazista, como computadores, fotos, pendrives, bandeiras e outras publicações, inclusive documentos relativos à criação de um país independente, com constituição e legislação baseada na doutrina nazista.

Entre o material apreendido, foi encontrada uma das armas utilizadas no crime, uma pistola Hi Power, calibre 9 milímetros, com o registro da Polícia Federal Argentina. "Ainda estamos tentando localizar outra arma, que foi utilizada por Correa para matar Renata", disse o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler.

A apresentação da polícia confirmou o que a reportagem da Gazeta do Povo havia antecipado na edição de sábado, mostrando que Dayrell e Renata teriam sido mortos por conta de disputas de poder dentro da organização.

Crime

Dayrell e Renata teriam saído da festa por volta das 2h30, segundo a polícia, na companhia de Rosana, para ir a Curitiba para comprar cerveja e encontrar com o namorado dela, Gustavo Wendler, que estava trabalhando e iria para a festa com eles.

Rosana e Wendler teriam simulado uma briga, o que fez com que o casal deixasse a jovem em casa e seguisse apenas com o rapaz no carro. De acordo com a investigação, o papel de Rosana no crime era ir até a festa com as vítimas para identificar o carro em que estavam e atraí-los para fora do local.

Após deixar Rosana em casa, as vítimas teriam seguido para um mercado com Wendler, para comprar cerveja. Em seguida, eles pegaram o caminho para retornar ao evento. Em determinado momento, já na BR-476, Wendler teria sido acionado pelo restante dos acusados, para que e arranjasse uma desculpa e pedisse que as vítimas parassem o carro. Logo após a parada, Mota, Correa e uma terceira pessoa também pararam o veículo em que estavam e abordaram Dayrell e Renata.

Segundo a polícia, eles estavam encapuzados, portavam armas e se passaram por policiais. "Nesse momento eles pediram que as vítimas saíssem do carro com as mãos para cima. Bernardo saiu e levou um tiro na cabeça e Renata, que não saiu do veículo, também foi atingida", afirmou o delegado. Em seguida, os quatro voltaram para Curitiba e se dispersaram.

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