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Ficha corrida

Ataques racistas e agressões a homossexuais e travestis em Curitiba são características da atuação dos skinheads na capital.

Dia 20/09/2005 – diversos adesivos com a mensagem "Mistura racial? Não, Obrigado!" e tinham a assinatura "Orgulho Branco" foram espalhados por Curitiba. No mesmo dia, foram distribuídos também adesivos contra o homossexualismo, com mensagens como "Homossexuais afrontam a natureza" e "Homossexuais molestam crianças", assinados pelo grupo "Frente Anti-Caos".

Dia 26/09/2005 – policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam 11 integrantes da quadrilha de skinheads, intitulada "Frente Anti-Caos", responsável por espalhar pela cidade adesivos preconceituosos contra homossexuais e negros. O mesmo grupo também é acusado de tentativa de homicídio, espancamentos e de cometer diversas agressões contra judeus, negros e homossexuais em Curitiba.

Dia 22/12/2007 – policiais do 1º Distrito Policial autuaram em flagrante um jovem, que seria integrante de um grupo de skinheads, suspeito de tentar assassinar duas mulheres com golpes de faca. De acordo com a polícia, 12 punks e quatro skinheads teriam iniciado uma briga no centro de Curitiba.

Dia 23/03/2009 – um aluno do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi brutalmente espancado no último na região do Alto da XV. O estudante foi agredido com socos, pontapés e pedradas por um grupo de aproximadamente dez homens de cabelos raspados, vestindo suspensórios e calçando botas – o que indicaria serem skinheads de orientação neonazista.

A polícia do Paraná apresentou na tarde deste sábado os seis presos acusados da morte do casal Bernardo Dayrell e Renata Waeschter Ferreira, assassinado a tiros na madrugada do dia 21 de abril, em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Jairo Maciel Fischer, de 21 anos, e João Guilherme Correa, de 18 anos, teriam sido os autores dos disparos que atingiram Dayrell e Renata, respectivamente. Foram apresentados ainda Rosana Almeida, 22 anos, Gustavo Wendler, de 21 e Rodrigo Mota, 19 anos. Rosana e Wendler já haviam sido detidos na quinta-feira pela manhã, conforme foi antecipado pela Gazeta do Povo na edição de sábado.

A apresentação dos jovens foi feita após a prisão do economista Ricardo Barollo, 33 anos, detido em São Paulo, na manhã do dia 1º de maio, acusado de ser o mandante do crime.

De acordo com o delegado Francisco Caricati, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a execução de Dayrell e Renata foi encomendada pela liderança nacional de um movimento neonazista por causa de uma disputa de poder entre grupos rivais. Barollo não aceitaria a ascensão de Dayrell, tido como um líder intelectual do movimento no Paraná. O advogado do economista, Adriano Sérgio Nunes Bretas, diz que seu cliente faz parte do projeto político defendido pelos neonazistas, mas não teria mandado matar ninguém. Em depoimento, no entanto, os acusados disseram que form ameaçados de morte caso não cumprissem a ordem de execução. "Inclusive suas famílias seriam eliminadas, se o casal não fosse morto", disse Caricati.

A operação policial para identificar os responsáveis pelo crime fez diligências em São Paulo, Joinville, Laguna (SC), e Teotônia (RS), onde Fischer, autor dos disparos contra Dayrell, foi encontrado. Além das prisões, a polícia encontrou com o grupo farto material de divulgação da ideologia neonazista, como computadores, fotos, pendrives, bandeiras e outras publicações, inclusive documentos relativos à criação de um país independente, com constituição e legislação baseada na doutrina nazista.

Entre o material apreendido, foi encontrada uma das armas utilizadas no crime, uma pistola Hi Power, calibre 9 milímetros, com o registro da Polícia Federal Argentina. "Ainda estamos tentando localizar outra arma, que foi utilizada por Correa para matar Renata", disse o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler.

A apresentação da polícia confirmou o que a reportagem da Gazeta do Povo havia antecipado na edição de sábado, mostrando que Dayrell e Renata teriam sido mortos por conta de disputas de poder dentro da organização.

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