A previsão do secretário de Assistência Social de Blumenau, Mário Hildebrandt, é de que, até o fim do primeiro semestre de 2010, haja casas novas em número suficiente para atender as pessoas que hoje vivem nas moradias provisórias. Ele explica que as pessoas serão selecionadas por vários critérios, como provar que a casa foi atingida, ter menor renda, residir por mais tempo no município e ter moradores com necessidades especiais, por exemplo.
"A construção das casas não demorou", defende ele. "O que aconteceu é que não veio dinheiro para construir casas das vítimas da tragédia. O que fizemos foi converter o programa Minha Casa, Minha Vida", diz Hildebrandt. Segundo ele, a prefeitura já adquiriu dez terrenos para a construção das moradias. Para a maioria dos casos serão construídos apartamentos e os moradores pagarão uma quantia mensal à Caixa Econômica Federal como contrapartida.
A previsão da maioria dos moradores, no entanto, é diferente. Eles acreditam que só em dezembro de 2010 as casas construídas pela prefeitura ficarão prontas.
A diarista Maria Aparecida Luiz é uma das que acha que irá permanecer na moradia provisória até o fim do ano que vem. Maria acredita que irá aguentar a espera de mais 13 meses. "Acho que não vai ser tão difícil para quem trabalha. Sou diarista. Não fico pensando sobre isso", afirma.
A pensionista Zélia Rodrigues da Silva também trabalha com a mesma previsão, mas pena enquanto espera. "Aqui tem muito barulho que dá eco", afirma. "Tem hora que dá desespero e você tem de sair."
A costureira Irmaria Machado passa o dia no trabalho. Daqui a alguns dias, quer começar a tomar banho também no serviço por causa da sujeira no banheiro da moradia provisória da Rua Bahia. "Aqui tem pessoa acomodada e aquele que passa o dia trabalhando", diz. "Eu agora estou vendendo anel, faço crochê, vendo calça jeans, de tudo que puder fazer para me levantar. Não posso chorar a miséria." (BMW)