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Rachel: morta em 2008 | Arquivo de família
Rachel: morta em 2008| Foto: Arquivo de família

A validade das provas permanece

Mesmo depois de seis anos, as evidências de DNA encontradas no corpo e nos pertences de Rachel Genofre permanecem válidas. O diretor-geral do Instituto de Criminalística, Hermeson Bertassoni, explica que não existe prazo para as provas expirarem. "Não há data de validade desde que a evidência seja devidamente manuseada e armazenada", pontua.

No caso das provas de DNA, por exemplo, todas as amostras são guardadas sob refrigeração de 20ºC negativos, o que garante a integridade do material, como relata Bertassoni.

Nesta quarta-feira (5) faz seis anos que uma mala com o corpo de Rachel Lobo Oliveira Genofre foi encontrada na Rodoviária de Curitiba. A garota, na época com 9 anos, foi violentada e espancada, antes de ter sido morta. O caso prossegue sem solução e desafia todas as autoridades policiais.

"Essa data representa muita dor e frustração porque não ainda temos nenhuma resposta sobre o assassinato. Mas a esperança de justiça é o que me mantém viva", diz a mãe da menina, Maria Cristina Oliveira, 33 anos.

A advogada Cássia Bernardelli, que representa a família no caso, confidencia que vai à polícia quinzenalmente atrás de novidades, mas nunca encontra boas notícias. "Continuamos sem resposta", afirma.

No ínterim, a família moveu uma ação na Justiça contra o estado do Paraná. A intenção dos familiares de Rachel é de que o estado seja responsabilizado pelas falhas que teriam ocorrido nas primeiras etapas da investigação.

"Uma série de falhas, desde o legista ao investigador, comprometeram todo o caso. É um descaso impressionante", garante Cássia. Ela cita o exemplo dos sacos em que Rachel foi encontrada. "Ela foi esquartejada e disposta em sacos pretos, mas, quando o corpo dela chegou ao Instituto Médico-Legal, ela estava em sacos azuis. Muitas provas se perderam dessa maneira."

Investigações continuam em sigilo

A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) informa que a investigação prossegue, mas diz que não pode divulgar informações sobre o caso porque o inquérito, que já tem mais de 5,2 mil páginas, corre em segredo de Justiça desde 2013, pela vítima ser menor de 18 anos.

A delegada Maritza Haisi, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que está à frente do inquérito, está de férias e não foi localizada pela reportagem até as 20 horas desta quarta. Sabe-se, porém, que ao todo foram realizados mais de 150 exames de material genético para tentar elucidar o caso, mas todos os testes deram negativo.

O delegado Cristiano Quintas, também da DHPP, explica que a legislação prevê a possibilidade de sigilo em inquéritos envolvendo crianças e adolescentes. "A doutora Maritza apenas aplicou a lei. Mas não sabemos porque o pedido de sigilo só foi feito ano passado, depois que vários delegados haviam falado sobre o caso nos anos anteriores", frisa Quintas.

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