Os casos de malária em Manaus aumentaram 106% em relação ao mesmo período do ano passado. Em janeiro deste ano foram registrados 1.709 casos da doença na capital, contra 831 no mesmo período de 2009.
Para os responsáveis pelo controle da doença no município e Estado, a explicação principal está no aumento no número de invasões nos extremos das zonas norte, leste e oeste, onde os igarapés na mata virgem e charcos produzidos pelo período de chuvas fazem o habitat ideal do mosquito Anopheles.
São mais de 40 mil pessoas, na estimativa da prefeitura, morando em palafitas em cima de igarapés, em casas de lona, papelão e palha nos arredores de Manaus, em invasões sem qualquer infraestrutura.
"Foram somados esforços de Estado e município durante todo o ano passado e houve redução de 18% no número de casos de 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior", disse o diretor da Fundação de Vigilância Sanitária no Amazonas, Bernardino Albuquerque.
"Mas estes casos, somado ao problema das invasões, agravado em ano eleitoral, também são em número maior em janeiro por conta do aumento das chuvas", afirmou o coordenador de controle de malária e dengue na capital, Anderson Sampaio.
Segundo Albuquerque, depois do carnaval, uma remessa de mil mosquiteiros impregnados com inseticidas serão distribuídos nas casas das invasões de sem-teto.
"Infelizmente chegamos para fazer o fumacê (borrifar o inseticida) e há casas sem paredes, sem proteção alguma", contou Sampaio. Também serão iniciadas limpezas emergenciais nos igarapés, iniciando, segundo a prefeitura, no igarapé da Ponte da Bolívia, na zona oeste da capital.
A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos ao homem pela picada de mosquitos do gênero Anopheles. Os principais sintomas são febre, calafrios, dores de cabeça e pelo corpo, cansaço, palidez e falta de apetite. A doença pode evoluir para quadros mais graves, mas pode ser tratada com sucesso se for detectada precocemente.