Embora tenham descartado a possibilidade de entrar em greve, os professores estaduais receberam a proposta do governo com cautela. Segundo eles, o reajuste de 18,68% proposto está muito longe do almejado pela categoria, que era de 62%. "Os aumentos são diferenciados para cada classe, mas ainda não repõem todas as perdas que tivemos desde 2002, quando ocorreu o último aumento", diz Ana Estela Codato Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar) e integrante do comando de mobilização que, em junho, organizou a paralisação de três dias nas instituições de ensino superior.

CARREGANDO :)

Ela ressalta que o índice de 62% foi calculado pelo Dieese e acumula tudo o que a categoria deixou de ganhar nos últimos três anos. "O que acontece hoje é que temos um aumento a cada quatro anos, que é a duração do mandato do governador. Nós queremos que o governo faça um reajuste anual, assim como é feito para todos os servidores do estado", explica.

Segundo Ana Estela, é importante saber em detalhes como o cálculo do reajuste proposto pelo governo foi feito antes de se comemorar a apresentação do plano de reestruturação da carreira. "Só aí poderemos saber exatamente qual o aumento real para cada um", explica, garantindo que a correção não equipara o salário dos professores estaduais com o dos professores das universidades federais. "Pelos cálculos que fizemos, o salário ainda ficará de 8% a 10% abaixo dos professores federais", afirma.

Publicidade

Uma reunião do comando estadual de mobilização, que estava marcada para o próximo sábado, em Cascavel, deve ser antecipada para amanhã, em Curitiba, para discutir a proposta do governo e o plano de carreira e salários dos funcionários técnico-administrativos.