Os jovens brasileiros já acessam mais a internet pelo celular do que pelo computador, segundo pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e apresentada nesta terça-feira (28). Dos 2.105 jovens ouvidos, com idades entre 9 e 17 anos, 82% navegam na internet pelo celular, 56% pelo computador e 32% por tablets.
A pesquisa foi realizada de outubro de 2014 a fevereiro de 2015 e entrevistou jovens de 129 cidades (capitais, regiões metropolitanas, interior), em áreas urbanas e rurais. A faixa etária dos 10 aos 17 anos foi a que apresentou maior porcentual de usuários de internet, 77% do total. Dos jovens com acesso à internet nessa idade, 81% usam a internet todos os dias.
O levantamento mostrou ainda que o principal motivo pelos quais os jovens usam a internet é para acessar as redes sociais, 73%; seguido do uso para trabalhos escolares, 68%; e para a pesquisa de assuntos variados, 67%. Dos jovens entrevistados, 79% disseram ter perfil em ao menos uma rede social. Destes, 78% têm perfil no Facebook, 24% no Instagram e 15% no Twitter.
Os dados, que mostram o crescimento exponencial do uso diário da internet e como tem sido acessado de forma individualizada pelos jovens, serviram como base para o lançamento da campanha “Internet Sem Vacilos”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com o Google e a ONG Safernet Brasil.
“É importante entendermos como esses jovens estão usando a internet para que nós possamos orientá-los e oferecer as melhores ferramentas para que eles se protejam. Porque não adianta falar em controle, é impossível controlar o que eles fazem na internet, mas sim orientar”, disse Gabriela Mora, especialista em cidadania dos adolescentes do Unicef.
Ainda de acordo com Gabriela, o intuito da campanha é respeitar a autonomia dos jovens e muni-los de informação para que usem a rede de forma responsável e segura. “Certo nível de risco faz parte do aprendizado, é importante reconhecer a autonomia do adolescente. Essa faixa etária tem como característica a conquista de autonomia, a construção da identidade e a capacidade de interagir com várias pessoas”.
Dos jovens que foram ouvidos pela pesquisa, 15% disseram que já foram tratados de maneira ofensiva na internet, 21% já receberam alguma mensagem de ódio e 10% já tiveram as informações pessoais usadas de forma que não gostaram. “Por isso, nós criamos a campanha com base na reflexão de cinco temas: o cyberbullying, privacidade, amizades e relacionamentos online, busca de informações com segurança e o preconceito e intolerância”, disse Gabriela.
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