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FILANTROPIA

Cenário atual favorece busca por ajuda local

Se por um lado o investimento internacional vem caindo, por outro a redução pode estimular que as ONGs encontrem parceiros dentro do próprio país. As alternativas vão desde recursos de empresas privadas até doações de pessoas físicas, ainda pouco comuns aqui. Mesmo que essas experiências estejam ainda no início, elas são uma boa perspectiva. Um estudo da Associação Brasileira de Orga­nizações Não Gover­namentais (Abong) divulgado ontem mostra que em 1993 apenas 3% das entidades acessavam recursos privados nacionais. Em 2007 este número passou para 42%.

Mas, apesar de ser uma alternativa viável, o investimento social privado gera controvérsias. Isso porque há resistência em doar dinheiro a ONGs que abordem temas polêmicos, como acesso à Justiça e tortura na prisão. Em geral, empresários preferem fornecer recursos a projetos que propiciam associação positiva ao nome da empresa. "Instituições que denunciam empresas e governos tendem a ter mais problemas com recursos", diz Vera Masagão, da secretaria-executiva da Abong.

Combate à violência

Para solucionar a falta de investimento em temáticas "polêmicas", a sugestão de especialistas é que sejam criados fundos, como o Fun­do Brasil de Direitos Huma­nos, que reúne doadores e seleciona projetos que combatem a violência. Uma das alternativas é procurar investidores privados. "É um campo que pode crescer aqui. Nos Estados Unidos 75% do total investido vem de doações individuais", diz Andre Degens­zajn, gerente de conhecimento do Grupo de Insti­tutos Fundações e Empresas (GIFE).

A alternativa apontada por especialistas é diversificar as fontes de recursos. Assim, a entidade não depende de so­­mente um parceiro e não fica vulnerável a flutuações financeiras. Mas isso exige aprimoramento na gestão e qualificação. Mônica Oliveira, integrante da Oxfam, instituição inglesa que financia projetos em 100 países, diz que as ONGs brasileiras ainda têm um papel importante a cumprir no país. "As alternativas de financiamento são a grande discussão porque a necessidade de atuação existe", argumenta.

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