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Durante o segundo dia do julgamento da advogada Carla Cepollina, acusada de matar em 2006 o namorado, coronel Ubiratan Guimarães, a ré contou que depois do crime precisou fazer tratamento psicológico porque sofreu com as pressões da polícia e da mídia.

"Eu entrei em depressão e fiz tratamento porque fui torturada pela polícia e pressionada pela mídia", disse durante sessão no plenário do Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

No início de sua fala, Cepollina pediu desculpas pela atitude que a fez ser expulsa do plenário ontem, após se revoltar contra a testemunha que prestava depoimento, e afirmou que estava muito nervosa.

Na ocasião, o delegado Marco Antonio Olivato, que investigou o caso na época do crime, estava sendo ouvido, e negou ter chantageado Cepollina. Ela se exaltou e interrompeu o depoimento, afirmando que ele "falou sim". Com isso, o juiz determinou sua retirada da sessão.

Após o juiz descrever as acusações contra ela na sessão de hoje, a ré afirmou que elas eram absurdas. Cepollina contou que conheceu Ubiratan em 2000, mas o namoro com o coronel começou apenas em maio de 2004.

No depoimento, a advogada contou, gaguejando várias vezes, que durante o relacionamento se separou de Ubiratan por três semanas em outubro de 2005, devido a desentendimentos causados pela transferência temporária do coronel para o Rio de Janeiro.

A ré contou ainda que no dia do crime o casal havia passado o dia em campanha eleitoral e retornara para casa de Ubiratan no começo na noite. O coronel teria ido dormir por volta das 19h após beber duas caipirinhas e pedira para a namorada acordá-lo às 21h.

Antes de adormecer, no entanto, o celular do coronel tocou. Na tela do aparelho, o contato da ligação foi identificado como "Renatinha". Cepollina entregou o celular para o namorado, que desligou o chamado sem atendê-lo.

Quando Ubiratan já estava dormindo, o aparelho voltou a tocar e Cepollina atendeu a ligação da delegada da Polícia Federal Renata Madi que, segundo a ré, usava um "tom inadequado" e por isso, desligou o celular.

O telefone fixo da casa do coronel então começou a tocar, mas ela não atendeu e ficou no apartamento assistindo televisão até as 20h30, quando decidiu ir embora.Carla disse que nunca teve problemas com a delegada e que só a havia visto uma vez. Ela afirmou ainda que no dia do crime não sabia que Renata era amante de Ubiratan.

De acordo com a polícia, momentos antes do crime, o casal teria discutido por causa do relacionamento do oficial com Madi.Renata foi convocada a prestar seu depoimento durante o julgamento mas, como não compareceu ontem ao fórum, foi lido seu depoimento.

O depoimento de Cepollina, que foi interrompido por um intervalo a pedido dos jurados, deve continuar na noite de hoje. Após terminar o interrogatório da acusada, serão realizados os debates entre defesa e acusação. Por fim, os jurados se reunirão para determinar o veredicto.

Cepollina está sendo julgada por homicídio triplamente qualificado (por crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa).Ontem, Liliana Prinzivalli, mãe e advogada de Carla, dispensou todas as cinco testemunhas de defesa por acreditar que todas as provas já são favoráveis à filha.

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