Como parte da operação de transferência de detentos, policiais do Batalhão de Choque entraram na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região de Natal (RN), às 14 horas desta quarta-feira (18). A ação, que conta com o uso do helicóptero da corporação, ocorre quatro dias após o motim que deixou 26 mortos na unidade.
O governo do Rio Grande do Norte não informou quantos serão retirados, à qual facção eles pertencem nem para qual cadeia serão levados. Quatro ônibus foram trazidos para a frente da penitenciária, onde aguardam o deslocamento dos presidiários. As duas facções pedem a saída uma da outra do presídio e ameaçam novo confronto.
Desde o amanhecer, homens da Polícia Militar e do Grupo de Operações Especiais dos agentes penitenciários se preparavam para começar o comboio.
No confronto de sábado, presos do PCC mataram homens da facção Sindicato RN. A estratégia do governo é deixar no local detentos de apenas um grupo criminoso, para evitar novos enfrentamentos. Desde o início da semana, os presos estão no comando da prisão.
Com a transferência, o governo espera retomar o controle de Alcaçuz e tranquilizar a situação dentro da unidade.
Pela manhã, a Secretaria estadual de Segurança do Rio Grande do Norte transferiu 119 detentos do Presídio Estadual de Parnamirim (PEP), na região metropolitana de Natal, para o Complexo Raimundo Nonato, na Zona Norte da capital potiguar. A intenção do governo é fazer uma remanejamento de presos nas unidades para acomodar parte dos detentos de Alcaçuz.
Fontes afirmam que internos de Alcaçuz serão transferidos para o PEP, mas ainda não se sabe quantos, quando nem em quais condições isso ocorrerá.
Os cinco chefes da facção que comandou o massacre de Alcaçuz pediram a transferência deles para presídios federais. De acordo com o delegado-geral adjunto, Correia Junior, eles falaram pouco no depoimento, mas deram “informações importantes” à polícia.
O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) do Rio Grande do Norte identificou até esta quarta-feira sete dos 26 corpos de detentos mortos durante guerra entre facções na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. A maioria (15) foi decapitada, e dois foram carbanizados. Segundo o instituto, o trabalho de identificação dos cadáveres pode demorar até um mês.