Após a fuga de 26 detentos do Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP1) domingo (15), juízes criminais e de execução penal vão revisar os processos de todos os 30 mil presos do estado - aproximadamente 20 mil em presídios e 10 mil em delegacias da Polícia Civil. O mutirão judiciário será anunciado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Paulo Vasconcellos, e vai fazer parte da Semana Nacional de Justiça Criminal proposta pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. No total, cerca de 200 juízes participarão da ação.
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Leia a matéria completaNo fim da tarde desta terça-feira (17), os juízes se reúnem com diretores do Departamento de Execução Penal (Depen), Conselho Penitenciário Estadual para debater o mutirão.
Na última sexta-feira (13), a ministra Carmem Lúcia pediu um esforço concentrado dos magistrados de todos os estados para acelerar os julgamentos. A presidente do STF pediu atenção especial aos processos de presos provisórios – aqueles que ainda aguardam julgamento. Na tarde desta terça-feira, a Associação dos Magistrados do Brasil também reuniu 30 juízes das Varas de Execuções Penais de todo o país para ouvi-los sobre o tema.
No Paraná, no entanto, o TJ pretende que os juízes revejam se há condenados que já têm direito a progressão de pena e que cumprem a reclusão sem ter mais necessidade. A reunião no Tribunal de Justiça no Centro Cívico vai definir como os juízes agirão no mutirão.
A informação foi divulgada pelo supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF) do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Paraná, desembargador Ruy Muggiatti. Ele será o responsável pela revisão dos processos.
Segundo Muggiatti, a avaliação dos casos dos presos provisórios deve exigir um pouco mais dos juízes. O magistrado verificará se há excesso de prazo no processo – quando a Justiça não julgou o caso em tempo razoável e prejudica o acusado.
Liberdade
No caso dos condenados, o sistema usado nas varas de execuções penais alerta os magistrados sobre o tempo cumprido de cada preso, destacando se é ou não possível a progressão de regime.
“Sairão algumas centenas de presos, dependendo de cada comarca. O número pode ser maior”, afirma Muggiatti. Ele disse que não há como projetar a quantidade de detentos que deixarão as unidades prisionais e delegacias do estado porque depende de cada processo.
De acordo com o desembargador, advogados e promotores devem também participar do processo. Ele informou que o esforço começa agora. Quem não cumprir a carga de revisão durante a semana terá prazo máximo de 30 dias para terminar.
No Paraná há 154 comarcas, com mais de 200 varas criminais. Cada juiz será responsável por analisar aproximadamente 146 processos. A média pode variar, já que o mesmo detento pode mais de um processo.
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