A Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, em São João Del Rei (MG), vai iniciar na próxima segunda-feira um reparo emergencial na Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, a principal da cidade. Construída em 1721, a igreja teve parte de uma das paredes externas destruída por uma chuva que castigou o município na madrugada desta quarta.
A estrutura, feita de taipa-de-pilão e adobe, está com um buraco de aproximadamente três metros quadrados, que vai quase do chão ao telhado, com profundidade média de cerca de 20 centímetros. Apesar do estrago, a estrutura interna não foi abalada e o templo permanece aberto ao público e com a realização de missas. É esta igreja que sedia as principais celebrações da Quaresma e da Semana Santa na cidade.
A catedral, que fica no centro histórico da cidade, é tombada desde 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O titular da paróquia, padre Geraldo Magela da Silva, afirma que já havia percebido problemas de infiltração na estrutura, mas a intensificação da chuva impediu a realização de reparos. "Agora, foram praticamente oito dias de chuva sem parar e o reboco não resistiu", contou.
Após a queda da parede, Magela chamou o arquiteto Mario Antonio Ferrari Felisberto, do Iphan, para fazer uma vistoria no local. Ele orientou que o buraco fosse coberto com uma lona até a realização dos reparos, para evitar que o estrago se alastre pela estrutura, ainda mais vulnerável à ação da chuva, que continua a cair na região. Mas o arquiteto confirmou que não há necessidade de interdição da catedral.
O reparo emergencial vai ficar a cargo da própria paróquia, com apoio técnico do Iphan. "Já estamos reunindo o material, que será o mesmo usado na construção", observou padre Geraldo. A estimativa é de que, caso a chuva dê uma trégua, em aproximadamente uma semana a parede vai estar recuperada. Mas o religioso observa que esta é só uma obra emergencial. "A catedral está com problemas no telhado, no piso, no forro. Precisa de restauração completa", disse.
O Iphan está tentando conseguir recursos junto ao Ministério da Cultura para a elaboração do projeto de restauração do templo. A estimativa é de que as obras tenham custo de cerca de R$ 4 milhões. "O valor correto só será possível saber com o projeto. Mas já sabemos que, com recursos próprios, não será possível fazer (a obra). Com o projeto pronto, iniciaremos a captação (de verba)", concluiu Magela.
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