MP investigará ocupação do solo em Angra
Folhapress
São Paulo - O Ministério Público do Rio de Janeiro anunciou ontem que foram instaurados três processos civis para investigar a ocupação desordenada na cidade de Angra dos Reis, onde deslizamentos de terra ocorridos no dia 1.º deixaram 52 mortos e dois desaparecidos.
Em nota, o Ministério Público afirmou que a investigação tem o objetivo de identificar as causas do desastre e eventuais responsabilidades da tragédia. Além disso, o órgão espera buscar medidas de eliminação de áreas de risco e de ordenação do uso e ocupação do solo. Também devem ser feitas fiscalizações dos contratos e recursos destinados à reestruturação da cidade. Os processos foram instaurados pelo promotor Bruno Lavorato Moreira Lopes, pelo promotor Henrique Paiva Araújo e pela promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Angra dos Reis.
Na quinta-feira, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, anunciou que o governo federal vai liberar R$ 130 milhões para ajudar as cidades do Rio. Desse valor, R$ 80 milhões devem ser encaminhados para Angra dos Reis e o restante para as cidades da Baixada Fluminense.
Buscas
As buscas continuaram ontem na Enseada do Bananal, na Ilha Grande, onde 31 pessoas morreram em deslizamentos de terra no dia 1.º, e no Morro da Carioca, área continental do município, onde foram registradas mais 21 mortes. Ao menos duas pessoas permanecem desaparecidas.
O pai de uma menina de 11 anos, desaparecida no Morro da Carioca, acompanha as buscas. Na quinta-feira, cerca de 300 pessoas participaram de uma missa campal em memória das vítimas dos deslizamentos de terra na cidade, informou a prefeitura.
Matinhos - As chuvas fortes causaram muitos pontos de alagamento no litoral paranaense até as 16 horas de ontem, ao ponto de o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar solicitarem aos moradores e veranistas que evitem transitar em ruas alagadas nas cidades do litoral. Com o enfraquecimento da chuva, por volta das 17 horas, o nível da água já diminuiu bastante. A descida da maré no fim da tarde também ajudou a escoar a água, mas 17 pessoas ficaram desabrigadas em Pontal do Paraná e outras 10 em Matinhos.
Em Matinhos, além das ruas centrais, os bairros também foram atingidos. Todos os rios da cidade transbordaram em razão da maré alta, que dificulta o escoamento da água da chuva para o mar. A Defesa Civil auxiliou moradores na retirada de móveis e no resgate de vítimas nos locais mais atingidos, como o bairro Tabuleiro. Com a diminuição da chuva e do nível da água, muitos moradores já retornaram a suas residências.
O chefe da Guarda Municipal e coordenador da Defesa Civil de Matinhos, Gilmar Alves Rolin, esclarece que até as 15 horas foram registradas 20 ocorrências de moradores. Uma família de dez pessoas, que teve sua casa alagada, foi transferida para uma escola muncipal em Matinhos.
O zelador Nilson Espigaris, 32 anos, que trabalha em Caiobá, foi uma das muitas pessoas que sofreu com a chuva. Por volta do meio-dia, quando voltava para o trabalho de bicicleta, Espigaris foi desviar de uma caminhonete e acabou entrando em um buraco, que estava submerso na rua. "Na hora, fiquei muito bravo com o motorista e com o buraco. Mas me contive", conta ele, que não se feriu. "É muito dura essa situação para a gente. Todo ano tem esse alagamento", desabafa.
Desabrigados
Em Pontal do Paraná, durante a tarde, os bombeiros fizeram um total de cinco atendimentos nos Balneários de Praia de Leste, Santa Teresinha e Leblon. Dezessete pessoas que tiveram suas casas alagadas foram encaminhadas para o ginásio da Escola Municipal Professora Anita Miró Vernalha, no Balneario Ipanema. Os bombeiros não sabem quantas outras pessoas ficaram desalojadas e se transferiram para residências de parentes ou amigos.
Em Antonina, três casas no bairro Guapê (próximo da entrada da cidade) correm o risco de soterramento, por estarem construídas na encosta de um morro que está encharcado. A única família que habitava as residências já foi transferida para um lugar seguro pelos bombeiros, por volta das 15 horas. Com o fim das chuvas e a maré baixa no fim da tarde de ontem em Antonina e Morretes, o Corpo de Bombeiros descarta o risco de alagamentos nenhum rio da região transbordou , mas mantém um alerta quanto a deslizamentos em trechos de rodovias e em moradias próximas a morros.
Meteorologia
Ontem foi o dia mais chuvoso do verão. Ao longo do dia, o Instituto Tecnológico Simepar registrou um volume de chuva de 200 milímetros em Guaratuba, dois terços da média normal de chuva para todo o mês de janeiro. A chuva que provocou uma série de alagamentos no litoral foi causada pela associação de ventos úmidos com uma frente fria que passou pelo estado na noite de quinta-feira.
Este sábado terá manhã nublada, com pancadas de chuva à tarde. A temperatura deve ficar entre 21ºC e 27ºC. "O volume de chuva que ocorreu na sexta-feira dificilmente se repete nos próximos dias", avalia o meteorologista Samuel Braun, do Simepar.
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