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Perdas e danos

Chuva deixa dois desaparecidos

Mossunguê: trecho da Rua Eduardo Sprada, onde uma ponte caiu e duas pessoas desapareceram, ficou interditada durante todo o dia de ontem | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Mossunguê: trecho da Rua Eduardo Sprada, onde uma ponte caiu e duas pessoas desapareceram, ficou interditada durante todo o dia de ontem (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)
Barigui: construído para reter as cheias do rio, parque ficou inundado devido ao temporal da quinta-feira |

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Barigui: construído para reter as cheias do rio, parque ficou inundado devido ao temporal da quinta-feira

Calçadão da XV de Novembro, em frente a faculdade Facinter |

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Calçadão da XV de Novembro, em frente a faculdade Facinter

Bombeiros tentam localizar as duas pessoas desaparecidas no Campo Comprido |

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Bombeiros tentam localizar as duas pessoas desaparecidas no Campo Comprido

A internauta Aline matos envia foto feita por Juliana Rodrigues feita na Rua João Antônio Prosdócimo no Uberaba, ao lado de um córrego que transbordou |

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A internauta Aline matos envia foto feita por Juliana Rodrigues feita na Rua João Antônio Prosdócimo no Uberaba, ao lado de um córrego que transbordou

A internauta Jaqueline D. Freitas envia foto da Hipólito de Araujo esquina com Almirante Gonçalves |

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A internauta Jaqueline D. Freitas envia foto da Hipólito de Araujo esquina com Almirante Gonçalves

Cena da Coronel Dulcídio no fim da noite de ontem: ao fundo, homem empurra carro para escapar de área alagada |

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Cena da Coronel Dulcídio no fim da noite de ontem: ao fundo, homem empurra carro para escapar de área alagada

Carro cai em buraco formado pela chuva: trecho da Saldanha Marinho perto da Francisco Rocha havia passado por obras ontem |

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Carro cai em buraco formado pela chuva: trecho da Saldanha Marinho perto da Francisco Rocha havia passado por obras ontem

O Rio Belém encheu rapidamente com o temporal: em duas horas e meia, foram 123,8 milímetros de chuva |

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O Rio Belém encheu rapidamente com o temporal: em duas horas e meia, foram 123,8 milímetros de chuva

Foto enviada por Andriele Steidel da Rua Visconde de Nacar, no Centro de Curitiba, às 21h50 |

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Foto enviada por Andriele Steidel da Rua Visconde de Nacar, no Centro de Curitiba, às 21h50

Em Campo Mourão, diversas árvores foram arrancadas pelos ventos de até 80 km/h: tempestade durou 20 minutos |

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Em Campo Mourão, diversas árvores foram arrancadas pelos ventos de até 80 km/h: tempestade durou 20 minutos

A tempestade que atingiu Curitiba na quinta-feira deixou duas pessoas desaparecidas e outros dois feridos. O Corpo de Bombeiros encontrou o corpo de um homem, ontem à noite, em Araucária, na região metropolitana, que pode ser de um dos desaparecidos. A confirmação só deve ocorrer hoje, após atuação do Instituto Médico-Legal (IML).

Os noivos Fabio Baggio e Lisiane Brito ocupavam um dos três carros que caíram numa ponte localizada na Rua Eduardo Sprada, no bairro Campo Com­­prido. A ponte foi arrancada de um riacho que desemboca no Rio Barigui e um grande buraco se abriu. A Eduardo Sprada ainda estava interditada até a noite de ontem, sem previsão de liberação.

O corpo foi avistado por populares na beira do Rio Iguaçu, embaixo da ponte do Rio Gua­­juvira, em Araucária; eles o amarraram e chamaram os bombeiros. O resgate ocorreu por volta das 19 horas, quando as buscas já estavam sendo encerradas pelo dia. "A idade da vítima é semelhante àquela que o corpo aparentava, por isso trabalhamos com a hipótese de que seja o rapaz que desapareceu no Mossunguê", disse o sargento Reginaldo Lechenakoski, do Corpo de Bombeiros.

O sargento afirmou que a força da correnteza – por causa da chuva – pode ter levado o corpo até Araucária. O corpo foi encontrado no Rio Iguaçu, onde desemboca o Barigui. Os ocupantes do Peugeot e do Celta que também caíram no rio conseguiram sair dos veículos e foram encaminhados ao hospital.

Estragos

Os estragos causados pela chuva de quinta se espalharam por toda a cidade de Curitiba, pela região metropolitana e por municípios do Litoral. Centenas de pessoas que moram em áreas de invasão às margens de rios e córregos na periferia de Curitiba passaram o dia de ontem retirando a lama de dentro de casa.

No Bolsão Ulisses Guimarães, região do Pinheirinho, o temporal da noite anterior fez transbordar o Ribeirão dos Padilha até invadir os casebres. Um grande volume de terra do condomínio particular que está em obras nas imediações foi arrastado pelas águas e se espraiou pelas residências. Pare­­des foram transformadas em escombros, móveis viraram entulho. As famílias que não perderam tudo retiraram o que sobrou e colocaram nas ruas em frente de casa para secar.

Terezinha Aparecida Neto, 48 anos, foi uma das mais atingidas pelo lamaçal. O interior do barraco de quatro metros por quatro, onde ela mora com o filho de 9 anos, ficou totalmente revirado pela água e pelo barro. Nada pôde ser salvo e nada poderá ser recuperado. "E agora, o que eu faço?", gritava em desespero. Ela não tem a quem recorrer, nem recebeu qualquer indicação de ajuda da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que esteve ontem no lugar. A Funda­­ção de Ação Social (FAS) distribuiu marmitex para os moradores. "Não é só de comida que precisamos, nós precisamos de casa", diz Terezinha.

"Eles vêm, olham e vão embora. Virou a página, aquilo ali ficou para trás", reclamava o latoeiro Pedro de Andrade filho, 36 anos. Ele também estava desconsolado ao mostrar o estado em que ficou sua oficina improvisada. Quatro carros de clientes ficaram danificados pela água, e ele não sabe como vai prestar contas disso. Um deles foi arrastado para o meio da viela. Muitas ferramentas sumiram, levadas pelas águas.

Parte das famílias atingidas pela enchente no Ribeirão dos Pa­­dilha, no Bolsão Ulisses Gui­­marães, foi cadastrada pela Cohab para receber moradias populares que estão sendo construídas com recursos do Programa de Ace­­leração do Crescimento, o PAC da Habitação, mas ainda não há previsão para a relocação.

Novo Mundo

O estouro de uma manilha em obras do município causou o alagamento de mais de 10 casas no Novo Mundo. Moradores das ruas Alberto Shumak e Cecília Pocalti Valter responsabilizam a prefeitura pelo incidente, sem precedentes, segundo eles. De acordo com a prefeitura, as obras substituíram uma manilha anterior, com largura de 1,5 metro, por outra de 2,5. Mesmo assim, a nova tubulação não resistiu à pressão da água.

João Renato Schonrock, 67 anos, diz que em 45 anos nunca aconteceu algo parecido. Ele e a mulher não conseguiram abrir a porta de um dos cômodos da casa devido à pressão da água e foram resgatados com a ajuda dos vizinhos.

Já os moradores do bairro Uberaba foram prejudicados pela cheia do Rio Belém. A telefonista Fabiane Rodrigues Farias, 25 anos, relata que o alagamento aconteceu depois que o temporal acalmou. "Em questão de cinco minutos encheu tudo. A água já estava dentro de casa", conta. A água chegou a atingir um metro de altura. Grávida de sete meses, Fabiane perdeu parte do enxoval e dos móveis preparados para o bebê.

A casa do mestre de obras Moisés de Jesus, 51 anos, à beira do córrego Mossunguê, no bairro Campo Comprido, não chegou a ser tomada pela enxurrada. Contudo, a força da água fez com que o barranco cedesse e uma ponta da casa de madeira ficasse suspensa. A residência foi condenada pela Defesa Civil. "Estamos esperando que realoquem a gente para outro lugar. Não deu para dormir bem porque o susto foi muito grande, com medo da casa desabar", diz.

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