Apesar da chuva intensa registrada na tarde desta segunda-feira (22), Curitiba amanheceu sem maiores transtornos nesta terça-feira (23). Os problemas gerados pela precipitação volumosa – que, em apenas quatro horas, fez acumular metade da média esperada para todo o mês de fevereiro – se dissiparam ao longo da madrugada, quando a chuva enfraqueceu e deu uma trégua à população da região metropolitana (RMC).
Segundo a prefeitura de Curitiba, a Defesa Civil municipal não atendeu nenhum tipo de ocorrência entre a noite desta segunda e esta manhã. A Defesa Civil do Paraná disse que, além da capital, também houve estragos causados pelas chuvas em Araucária, Almirante Tamandaré, na RMC, e Assis Chateaubriand, no Oeste do estado. Nestas cidades, a maior parte dos danos reportados referem-se a alagamentos, causados por grande quantidade de chuva em curto espaço de tempo – tal como ocorreu em Curitiba.
Após alagamento, Hospital Cajuru tem atendimento normal nesta terça-feira
O alto volume de chuva desta segunda também interrompeu por nove horas o encaminhamento de vítimas pelo Siate e pelo Samu ao Hospital Cajuru, no Cristo Rei, nesta segunda-feira (22). Entre as 14h e 23h, operadores destes serviços foram avisados para que levassem pacientes a outras unidades, uma vez que o pronto socorro do Cajuru ficou tomado pela água.
A assessoria de imprensa da instituição explicou que nenhum tipo de serviço foi amplamente prejudicado, e que não houve interrupção nos atendimentos de pessoas que procuravam por conta própria o serviço médico local.
Na capital, pontos de alagamentos ocorreram nos bairros Rebouças, Alto da XV e Centenário. Com o aumento de volume, o Rio Juvevê, afluente do Rio Belém, chegou a passar por cima de uma ponte no bairro Rebouças. Também houve alagamentos na trincheira sob a BR-277, no Jardim Mercúrio, e na região do Jardim Ambiental, no Bairro Alto da XV.
Além de queda de árvore e galhos nos bairros Guabirotuba e Rebouças, dois muros caíram por causa do excesso de água: um no Alto da XV, onde uma moradora ficou ferida, e um no Pinheirinho. Conforme a administração municipal, a mulher foi atendida pelo Samu e a Secretaria de Obras foi acionada para desobstruir o local.
Além desta pessoa, uma mulher de 30 anos também ficou ferida depois de cair em uma “cratera” que se abriu na calçada da Rua Trajano Reis, no Centro de Curitiba. A vítima foi atendida e encaminhada ao Hospital Evangélico. A assessoria de imprensa da instituição ainda apura o estado de saúde da mulher.
Muita água
No total, a estação meteorológica do Simepar registrou 71,6 milímetros de chuva em quatro horas em Curitiba durante a tarde desta segunda. Apenas entre 14h e 14h30, choveu cerca de 46 mm.
O acumulado durante todo o dia foi 72,8 mm. Com os 12 mm registrados até o início desta manhã, já chega a 283 mm o volume concentrado durante todo o mês de fevereiro. É quase o dobro da média esperada (150 mm) e também um valor muito próximo do recorde de chuva registrado em fevereiro na capital, que foi de 293 mm, em 2011 (levando em conta dados desde 1997).
Conforme o Simepar, a previsão é de que a instabilidade que tomou conta de todo o estado prossiga durante a semana. A origem disso tudo é a combinação entre uma grande área de baixa pressão atmosférica que predomina em boa parte da região Sul do país e ingresso de umidade e tempo quente. O conjunto favorece o desenvolvimento de nuvens com potencial para provocar chuvas em todo o Paraná.
El Niño eleva em 160% a quantidade de raios no Paraná
Leia a matéria completaAna Beatriz Porto, meteorologista do Simepar, diz que não é possível descartar a ausência de chuva em nenhuma dos dias desta semana. No entanto, de acordo com ela, a característica do aguaceiro começa a mudar a partir de quinta-feira (25), quando é esperada mais presença de sol e aquecimento, e, portanto, pancadas de chuvas típicas de Verão.
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