Após 47 dias, a chuva desta terça-feira (28) colocou fim ao período de estiagem em Maringá. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, a chuva chegou às 4 horas. Até as 7 horas, havia chovido 1,6 milímetro. O último registro foi em 12 de julho, quando choveu 2 milímetros.
A meteorologista do Simepar Vanessa DAvila explicou que o predomínio de uma massa de ar seco impediu o avanço da frente fria em Maringá. "A massa de ar mais seca servia como uma espécie de bloqueio e desviava a frente fria para o oceano", analisou.
Em Maringá, a estiagem aumentou o movimento nos postos de saúde. Muitos moradores, com destaque para crianças e idosos, sofreram por causa de problemas respiratórios. Na semana passada, por exemplo, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, registrava demanda diária 40% maior em relação ao mesmo período de julho, segundo a diretora da unidade, Gilda Melo.
Segundo a previsão meteorológica do Simepar, existe possibilidade de chuva fraca para a manhã desta terça-feira (28). Chuva significativa só na semana que vem, afirmou o meteorologista Lizandro Jacobsen.
Tempo seco também agradou
O período de estiagem agradou os produtores de milho safrinha da região Noroeste do Paraná. Isto porque o período da colheita, normalmente entre junho e início de setembro, coincidiu com a estiagem, ajudando a manter o grão em condições ideais para o trabalho: secos e firmes.
O agricultor Jorge Alberto França afirmou na semana passada que gostaria de, pelo menos, mais 15 dias sem chuva para ter tempo de terminar a colheita com tranquilidade. "A chuva estraga e derruba a lavoura", afirma.
França é proprietário de 45 alqueires de milho e outros 45 alqueires de trigo, espalhados pelos municípios de Maringá, Iguaraçu e Ângulo, no Noroeste do estado. Para ele, a chuva se torna prejudicial à colheita das duas culturas, pois deixam os grãos úmidos, o que é desvalorizado pelas cooperativas.
Ele explica que a combinação de chuva no momento do plantio, ausência de geada no inverno e a seca no período da colheita foram fatores determinantes para a boa safra e os bons preços deste ano.
Além disso, o bom momento do milho safrinha da região Noroeste coincide com a quebra de safra dos Estados Unidos, causada pela seca intensa nas regiões produtoras do País.
A escassez de grãos no mercado externo seria outro ponto de valorização da safra paranaense, de acordo com o engenheiro agrônomo Jorge Ogassawara, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Maringá.