São Paulo - A Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo liberou, no início da tarde de ontem, a Rodovia Oswaldo Cruz, que havia sido interditada devido a alagamentos e quedas de barreira provocados pelas chuvas dos últimos dias. Apesar da liberação, o Corpo de Bombeiros informou que o acesso ao município de São Luiz do Paraitinga permanece interrompido. Segundo a corporação, as duas entradas da cidade ainda apresentam riscos e uma ponte está submersa. Já na Oswaldo Cruz, a Polícia Rodoviária Estadual informou que a liberação é parcial e restrita aos veículos de pequeno porte.
São Luiz do Paraitinga é uma das cidades mais afetadas pelas chuvas que atingiram o Vale do Paraíba paulista. De acordo com a Defesa Civil, há uma pessoa desaparecida e outras duas feridas em decorrência das chuvas no município. O último balanço apontava ainda cerca de 2,3 mil pessoas fora de casa deste total, 2.122 desalojados estão em casas de parentes e amigos, e outros 30 desabrigados são atendidos em abrigos públicos.
As chuvas ainda varreram quase 80% das construções tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat), segundo estimativa da prefeitura. O patrimônio destruído inclui a matriz de São Luiz de Tolosa e a Capela das Mercês. A maioria das edificações destruídas era de casarões feitos com tijolo e barro que constituíam um dos maiores conjuntos arquitetônicos tombados em território paulista.
Estragos
O centro histórico é preservado oficialmente desde 1982. "É um patrimônio colonial bastante significativo. Inclusive, estava sendo tombado também pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], na esfera federal", disse Maria Tereza Luchiari, pesquisadora da Unicamp e especialista em estudos sobre tombamentos de prédios.
A maior parte das construções nos arredores da Praça Oswaldo Cruz (o médico sanitarista nasceu na cidade) tinha fundações feitas de barro, característica dos imóveis construídos durante o século 19 e início do 20. Por essa razão, as estruturas não aguentaram a enxurrada. A estimativa do prejuízo na cidade supera os R$ 100 milhões.