Rio de Janeiro - A Defesa Civil de Angra dos Reis informou que mais quatro corpos foram encontrados ontem no Morro da Carioca, no centro da cidade. Com isso, são 21 mortes provocadas por deslizamentos de terra no local, e 50 se consideradas também as vítimas da Ilha Grande.
Os corpos encontrados ontem são de Anezio Roberto da Conceição, 53 anos; Carlos Henrique Carvalho Narciso, 11 anos; Henrique Carvalho Narciso, 7 anos; e Matheus Emídio de Carvalho, 10 anos. Segundo o Corpo de Bombeiros, há ainda uma pessoa desaparecida no local Alessandra Emídio Carvalho, 11 anos, irmã de Matheus e um dos seis filhos do ajudante de serviços gerais Jorge Carvalho, 43 anos, que sobreviveu.
Equipes trabalham também na região da pousada Sankay, na Ilha Grande, onde outras 29 pessoas morreram soterradas. As buscas não foram interrompidas durante a madrugada no local. Ao menos três pessoas um morador e dois turistas seguem desaparecidas na ilha. Durante a madrugada de ontem, mais uma máquina retroescavadeira chegou ao local para trabalhar nas buscas, que contam ainda com cães farejadores. Agora, são quatro máquinas desse tipo em Ilha Grande.
Na manhã de domingo, o prefeito de Angra, Tuca Jordão (PMDB), oficializou o decreto de estado de calamidade pública no município. Ele disse que a documentação tinha sido providenciada para que a medida fosse publicada no Diário Oficial do Estado ontem.
A prefeitura de Angra dos Reis informou ontem que turistas cancelaram 40% das reservas marcadas para a primeira quinzena deste ano em Ilha Grande. Cerca de 30 donos de pousadas da Vila do Abraão se reuniram ontem à tarde com o presidente da Fundação de Turismo de Angra, Marcus Barbosa, para discutir o impacto negativo ao turismo e as consequências da ocupação reduzida das pousadas da cidade, principalmente na ilha.
Interdição
A prefeitura de Angra dos Reis estima que terá de demolir pelo menos 500 casas nas encostas dos 15 morros na região central do município. As primeiras já começaram a ir ao chão, até para facilitar o trabalho de buscas no Morro da Carioca. Todas as casas que estão acima da área que cedeu serão demolidas, segundo o prefeito.
No Morro da Carioca, há 125 pessoas desabrigadas (encaminhadas a abrigos públicos) e 113 desalojadas (hospedadas em casas de parentes e amigos). Outras 770 pessoas também tiveram de deixar suas casas na região de Mambucaba, também em Angra.