Cinco presos fugiram na madrugada deste domingo do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A fuga foi pela janela de uma das celas, onde os detentos escavaram as grades de cimento e saíram pelo telhado. O episódio ocorreu um dia antes de o presídio completar dois meses de inauguração.
A unidade prisional foi construída para abrigar 900 pessoas que cumpririam penas provisórias. Hoje está com 573 presos. "A grande parte já está condenada sendo que vários são integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa que atua dentro dos presídios)", disse o vice-presidente da unidade, Valdecir Ruas de Abreu.
De acordo com Abreu, na sexta-feira, integrantes do bloco 2, da sexta galeria (localizado quase nos fundos da unidade) começaram a escavar as grades de cimentos com cabos de escovas de dentes até chegar ao ferro da estrutura, que foi partido e abriu um espaço de 18 centímetros de largura.
Os presos então ensaboaram os corpos, saíram pela janela e subiram ao telhado. Se arrastaram até a área da caixa-dágua e do pára-raios, localizados na parte frontal esquerda do presídio, por onde conseguiram sair. "São pontos que não dão visibilidade para as guaritas, que inclusive são mais baixas do que o telhado", disse o vice-diretor.
A fuga só foi descoberta neste domingo pela manhã, quando os agentes fizeram a recontagem dos presos. "Decidimos manter as visitas dos familiares, porque já estavam todos aqui na frente esperando e poderíamos criar uma situação de conflito." Na opinião de Abreu, o fato foi isolado. "Não foi falha de segurança. Foi algo inusitado e que não tinha como ser evitado. Agora vamos fazer melhorias para evitar que ocorram situações semelhantes como esta."
Controle maior e mais seguro
O CDP de São José dos Pinhais foi inaugurado pelo governador Roberto Requião no dia 21 de dezembro de 2005. Foi construído com um custo reduzido de R$ 6,3 milhões no total. O presídio possui uma estrutura compactada, com 5.341,84 metros quadrados de área útil. O objetivo do setor de engenharia do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) era que ele fosse mais seguro, por permitir um controle maior dos detentos.
A Secretaria da Justiça e da Cidadania esclareceu por meio de sua assessoria de imprensa, que as circunstâncias da fuga estão sendo apuradas pelo serviço de inteligência do Sistema Penitenciário e que uma perícia técnica foi realizada pelo Instituto de Criminalística. A Polícia Militar foi acionada para realizar as buscas de Gilson Alves de Assis, 31 anos, Cleverson dos Santos de Paula, 31 anos, Marlon dos Santos Pereira, 23 anos, Claudinei de Oliveira Silva, 26 anos e Thiago dos Santos Gomes, 20 anos. Nenhum dos presos foi recapturado até a manhã desta segunda-feira.
